17º simpósio do St. Gallen International Breast Cancer debate os avanços no tratamento do câncer de mama - Oncologia Brasil

17º simpósio do St. Gallen International Breast Cancer debate os avanços no tratamento do câncer de mama

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O evento reuniu especialistas de renome internacional e abordou as principais atualizações no tratamento do câncer de mamaEstudo com duração de 6 anos feito com quase 50 mil mulheres foi destaque 

 

Durante os dias 17 a 21 de março de 2021, ocorreu o 17th St.Gallen International Breast Cancer Conference, que reuniu especialistas de todos os principais grupos e centros cooperativos ao redor do mundo para debater os diversos avanços na área do câncer de mama, discutindo importantes progressos nas pesquisas básica e clínica, bem como o manejo clínico e cirúrgico das pacientes com neoplasia mamária.  

O simpósio também contou com a participação especial do brasileiro Dr. Carlos Barrios, Oncologista Clínico no Grupo Oncoclínica de Porto Alegre – RS, que atua como membro do painel de consenso St.Gallen International Breast Cancer 2021. 

Foram abordados temas como o cuidado de pacientes com câncer de mama receptor hormonal positivo e/ou HER2-positivo; biomarcadores preditivos e prognósticos; terapia locorregional ideal para o tratamento da axila; tratamento local de pacientes com câncer de mama; cuidado ideal aos pacientes com tumor triplo negativo e abordagem neoadjuvante em pacientes diagnosticados com doença em estádio inicial.

Dentre as apresentações, destacou-se um estudo de seis anos de acompanhamentoque avaliou a sobrevida de mulheres com câncer de mama inicial submetidas à cirurgia de conservação da mama versus mastectomia. O ensaio prospectivo incluiu 48.986 mulheres de registros nacionais na Suécia, em que todas foram diagnosticadas com câncer de mama invasivo primário T1-2 N0-2 entre os anos de 2008 e 2017. Os tratamentos incluíram cirurgia conservadora da mama mais radioterapia (59,9%), mastectomia sem radioterapia (25,3%) ou mastectomia com radioterapia (14,7%).  

Os pesquisadores apresentaram seus resultados após um acompanhamento médio de 6,28 anos. A sobrevida global em 5 anos foi de 91,1%, com sobrevida específica para câncer de mama em 5 anos de 96,3%.   

Os dados foram ajustados para todos os fatores, como comorbidade e condições socioeconômicas, idade, grau histológico, classificação TNM, subtipo, escolaridade, renda familiar e país de nascimento. 

Após os ajustes, a sobrevida global e a sobrevida específica do câncer de mama foram significativamente piores para mulheres que se submeteram à mastectomia sem radioterapia (HR 1,79; IC 95% 1,66-1,92 e HR 1,66; IC 95% 1,45- 1,90; respectivamente) e mastectomia mais radioterapia (HR 1,24; IC 95% 1,13-1,37 e HR 1,26; IC 95% 1,08-1,46; respectivamente) em comparação com cirurgia conservadora da mama mais radioterapia. 

Os autores concluem que as mulheres com câncer de mama que foram submetidas à cirurgia conservadora com radioterapia pós-operatória tiveram melhor sobrevida em relação àquelas que receberam mastectomia, independentemente da radioterapia. Esses resultados indicam que, quando ambas as intervenções são opções válidas para a paciente de maneira individual, a mastectomia não deve ser considerada igual à cirurgia de conservação da mama. 

Referências:  

https://www.oncoconferences.ch/events/bcc-2021/   

De Boniface J, Szulkin R, Johansson ALV. Survival after breast conservation versus mastectomy adjusted for comorbidity and socioeconomic status: national 6-year follow-up on 48986 womenPoster presented at:  17th St Gallen International Breast Cancer ConferenceMarch 17-21, 2021. Abstract P127.  

 

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