O estadiamento local do câncer de próstata depende, até o momento, de biópsias sistemáticas ou direcionadas por ressonância magnética multiparamétrica (mpRNM). O papel do PET PSMA na avaliação de focos de câncer intraprostático e do estadiamento T, por ora, não estão bem definidos
Durante o 2021 Genitourinary Cancers Symposium, foi apresentado um estudo que comparou o desempenho diagnóstico do PET PSMA, da ressonância magnética multiparamétrica (mpRNM) e a combinação dos dois (PET PSMA + mpRNM) na detecção, na localização intraprostática e na análise da extensão local do câncer de próstata primário com histopatologia como o padrão ouro.
Os pacientes com câncer de próstata de risco intermediário ou alto foram submetidos ao PET PSMA e mpMRI antes da prostatectomia radical pretendida. Cada modalidade de imagem foi interpretada por três leitores independentes cegos. Uma abordagem padronizada foi empregada para avaliar presença, localização e tamanho dos focos de câncer intraprostáticos. Uma abordagem “rigorosa” e de “vizinhança” foi empregada para definir a correlação entre imagem e patologia para a detecção de focos de câncer de próstata.
Resultados:
A análise final incluiu 74 pacientes. Para a identificação dos focos de câncer intraprostáticos, por meio de PET PSMA, mpRNM e PET PSMA + mpRNM, a taxa foi de:
As diferenças entre os três braços não foram estatisticamente significativas. As duas modalidades de imagem tiveram um desempenho semelhante (area under the curve [AUC] = 0,70 versus 0,73, p = 0,09; AUC = 0,77 para as duas juntas) para a localização do câncer de próstata. O ΔAUC entre PET PSMA + mpRNM e as duas modalidades de imagem, por si só, foi estatisticamente significativo (p < 0,001), mas não entre PET PSMA e mpRNM (p = 0,093). A mpRNM teve melhor desempenho do que o PET PSMA na avaliação de estadiamento T: extensão extracapsular (AUC = 0,79 versus 0,59, p = 0,002) e invasão da vesícula seminal (AUC = 0,84 versus 0,63, p = 0,001).
Os autores concluem que o PET PSMA e a mpRNM têm acurácia diagnóstica semelhante na detecção e localização intra-prostática de focos de câncer, enquanto a mpRNM tem melhor desempenho na avaliação de extensão extracapsular e de invasão da vesícula seminal. Apesar da combinação dos métodos de imagem melhorar o desempenho em relação às duas sozinhas, isso não atingiu níveis estatisticamente significativos e, portanto, não justifica mudanças nas práticas atuais para estadiamento local do câncer de próstata.
Referências:
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