Hoje (01/07), a Anvisa aprovou o medicamento larotrectinibe (Vitrakvi®, Bayer), o primeiro inibidor seletivo de TRK para o tratamento de câncer com fusão TRK independente da idade do paciente e tipo de tumor. Indicado para o tratamento de tumores sólidos localmente avançados ou metastáticos que tenham fusão do gene NTRK em pacientes adultos e pediátricos, larotrectinibe é o primeiro tratamento agnóstico aprovado no Brasil.
Indicação tumor-agnóstica significa que o tumor é classificado e tratado de acordo com uma característica molecular específica e não pelo sítio-anatômico de origem ou de sua histologia. O Brasil é o segundo país do mundo a aprovar esse tratamento, nos EUA a aprovação aconteceu em novembro de 2018.
Nos estudos clínicos que embasaram a aprovação, larotrectinibe demostrou uma taxa de resposta de 75%, incluindo 13% de respostas completas, SLP, SG e duração de resposta mediana ainda não foram atingidas. O perfil de segurança é muito favorável com 93% dos eventos adversos de grau 1 e 2, sendo os principais: náusea, fadiga, tontura, anemia e aumento de enzimas hepáticas.
A aprovação de larotrectinibe representa um novo capítulo na medicina de precisão e na oncologia brasileira, especialmente para pacientes adultos e pediátricos com tumores sólidos com fusão do gene NTRK em que as opções de tratamento ainda são limitadas.
O câncer com fusão TRK é resultado de uma fusão anormal de dois genes, um deles NTRK e outro não relacionado, que leva a criação de uma proteína de fusão TRK. As proteínas de fusão TRK são conhecidas por causar o crescimento celular e sobrevida em múltiplos tipos de tumores e são consideradas drivers tumorais (principais gatilhos para surgimento, crescimento e sobrevida do tumor). A doença é considerada rara, mas com ocorrência em diversos tipos de tumores como, fibrossarcoma infantil, pulmão, colorretal, tireoide e sarcomas, entre outros, sendo até o momento descrito em mais de 20 tipos de tumores.
Bloquear os gatilhos da doença é um marco, pois cria uma mudança de paradigma no tratamento do câncer, com resultados importantes no controle de doença, redução do tamanho do tumor e aumento da sobrevida do paciente.
A aprovação de larotrectinibe permite que pacientes portadores de câncer com fusão TRK disponham de uma opção terapêutica específica evitando perda de valioso tempo e tratamentos sem sucesso.
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