Antes do advento de testes genéticos para predição de risco de recorrência e de benefício com quimioterapia no câncer de mama, as características clínicas e patológicas do tumor eram as únicas ferramentas disponíveis para a tomada de decisão do oncologista sobre o tratamento adjuvante. Depois que exames como o Oncotype DX® e o MammaPrint® começaram a ser utilizados, a magnitude da importância dos dados clínicos e a melhor maneira de correlacioná-los com os resultados de escores genéticos geravam dúvida entre os especialistas.
Uma nova análise do estudo TAILORx, publicada no New England Journal of Medicine, tenta dar algumas respostas acerca desse tema. O trabalho, que avaliou o impacto de um escore de recorrência de 21 genes em 9427 pacientes com câncer de mama tratado cirurgicamente, positivo para receptores hormonais e HER2-, sem acometimento linfonodal, buscou, nessa análise secundária, estratificar as participantes entre alto e baixo risco clínico para recorrência. Os pesquisadores classificaram como baixo risco clínico aqueles tumores que tinham até 3 cm e baixo grau histológico, até 2 cm e grau intermediário ou até 1 cm e alto grau. Todos os demais eram categorizados como de alto risco.
Aplicando essa classificação, o risco clínico foi fator prognóstico significativo para mulheres com escore genético intermediário (escore de 11-25), tanto no grupo que recebeu terapia hormonal exclusiva (HR 2,73 alto vs. baixo risco clínico) quanto no grupo de quimioterapia e terapia hormonal (HR 2,41) e também para aquelas com escore genético entre 26 e 100 (HR 3,17).
Para pacientes com 50 anos de idade ou menos, um escore genético baixo, independente do risco clínico, ou intermediário com baixo risco clínico estavam associados a taxas de recorrência muito baixas: ≤1,8±0,9% e 4,7±1,0%, respectivamente. Porém, essas taxas foram maiores do que 10% em 9 anos, para pacientes com alto risco clínico e escore genético 11-25, que receberam apenas terapia hormonal (12,3±2,4%), ou para aquelas com escore genético 26-100 (15,2±3,3%).
Com significativo valor prognóstico, esses critérios clínicos podem ser utilizados na prática diária do oncologista para estratificar pacientes em pré-menopausa e definir, em conjunto com o escore de 21 genes, quem são aquelas com alto risco que necessitem de tratamentos intensificados.
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