Novas análises do DESTINY-Breast06 reforçam o papel do trastuzumabe deruxtecano, e reavaliação de biópsias expande o acesso terapêutico!
No San Antonio Breast Cancer Symposium (SABCS) 2024, o Dr. Carlos Henrique dos Anjos, oncologista clínico do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo, abordou as análises exploratórias do estudo DESTINY-Breast06 (DB-06), bem como uma reavaliação criteriosa de biópsias que pode ampliar o uso de terapias direcionadas no câncer de mama HER2-low e HER2-ultra low.
O DESTINY-Breast06 é um estudo de fase 3 que incluiu mais de 800 pacientes com câncer de mama metastático classificado como HER2-low ou HER2-ultra low, após ao menos uma linha de terapia endócrina, sem exposição prévia à quimioterapia no cenário metastático. Os dados já apresentados mostraram melhora significativa na sobrevida livre de progressão (PFS) com o trastuzumabe deruxtecano (T-DXd) em comparação à quimioterapia de escolha do investigador (13,2 vs 8,1 meses; HR 0,63; P<0,0001), um benefício mantido independentemente do número de linhas de terapia endócrina prévia. Em análise adicional, observou-se eficácia notável mesmo em casos de progressão rápida (<6 meses) após inibidores de CDK4/6, com PFS mediana de 14 vs 6,5 meses (HR 0,38) e resposta objetiva (ORR) consideravelmente superior (67,7% vs 25,4%). A duração da resposta também favoreceu o T-DXd, reforçando seu papel como tratamento precoce e eficaz em perfis clínicos diversos.
Paralelamente, uma reavaliação de lâminas previamente classificadas como HER2 0 ou 1+ evidenciou uma taxa expressiva de reclassificação: entre as amostras originalmente consideradas HER2 0, 65,8% passaram a ser classificadas como HER2-ultralow ou IHC 1+, possibilitando a inclusão de mais pacientes em um grupo elegível a terapias anti-HER2, como o próprio T-DXd. Entretanto, as discrepâncias de classificação entre patologistas e o maior tempo necessário para análise em casos tênues ressaltam a necessidade de treinamento, uso de ferramentas digitais e conscientização sobre as novas oportunidades terapêuticas, a fim de assegurar maior consistência no escore HER2 e, consequentemente, aprimorar a seleção do tratamento.
Em resumo, os resultados do DB-06 e as novas evidências sobre reclassificação de HER2 enfatizam a relevância do T-DXd e a importância de uma avaliação patológica minuciosa, abrindo caminho para uma abordagem mais personalizada e eficaz no tratamento do câncer de mama metastático HER2-low e HER2-ultra low.
Referências:
Bardia A et al. Efficacy and safety of trastuzumab deruxtecan (T-DXd) vs physician’s choice of chemotherapy (TPC) by pace of disease progression on prior endocrine-based therapy: additional analysis from DESTINY-Breast06. Presented at SABCS 2024.
Krishnamurthy S et al. Re-evaluation of Human Epidermal Growth Factor Receptor 2 (HER2) Immunohistochemistry (IHC) 0 or 1+ in Metastatic Breast Cancer (mBC) Samples to Characterize the Proportion of HER2-ultralow (IHC 0 With Membrane Staining). Presented at SABCS 2024.
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