O estudo CheckMate 8HW, apresentado no ASCO® GI 2025, trouxe dados inovadores sobre o tratamento de pacientes com tumores MSI/dMMR. Confira a análise do Dr. Rodrigo Dienstmann, que destaca a inclusão de pacientes em diferentes linhas de tratamento e a confirmação do status MSI/dMMR como ponto chave
O CheckMate 8HW trouxe evidências robustas ao avaliar a combinação de nivolumabe (NIVO) e ipilimumabe (IPI) em comparação com NIVO isolado em pacientes com câncer colorretal metastático (mCRC) com instabilidade de microssatélites alta/deficiência de reparo de pareamento de bases (MSI-H/dMMR). Este é o primeiro estudo randomizado a comparar imunoterapia dupla com imunoterapia única nessa população, avaliando benefícios clínicos em progressão livre de doença (PFS) em todas as linhas de tratamento.
Dos 707 pacientes randomizados, 84% tiveram a confirmação central de MSI/dMMR, evidenciando que erros diagnósticos podem ser fatores críticos para a falha da imunoterapia. O Dr. Dienstmann destacou a importância de tecnologias combinadas para validar o status MSI/dMMR, como PCR, imunohistoquímica ou NGS (sequenciamento de nova geração), assegurando a precisão diagnóstica e potencializando os benefícios terapêuticos.
Com aproximadamente 47 meses (cerca de 3 anos) de seguimento mediano, os resultados mostraram que a combinação de NIVO + IPI proporcionou uma melhora significativa na progressão livre de doença (PFS), com taxas de controle em 12, 24 e 36 meses superiores às observadas no grupo tratado com NIVO isolado. No grupo da combinação, as taxas de PFS foram de 76%, 71% e 68%, respectivamente, em comparação com 63%, 56% e 51% no grupo de monoterapia. A análise revelou um hazard ratio (HR) de 0,62 (IC 95%: 0,48–0,81; P = 0,0003), reforçando a relevância clínica do regime combinado. Em termos absolutos, aproximadamente 20% mais pacientes com controle da doença foram observados no grupo que recebeu a terapia combinada.
A taxa de resposta objetiva (ORR) foi significativamente maior com NIVO + IPI (71% vs. 58%; P = 0,0011), além de uma menor taxa de progressão da doença como melhor resposta (10% vs. 19%), demonstrando o potencial de controle da doença da combinação em comparação à monoterapia.
Quanto à segurança, o perfil do regime combinado foi considerado gerenciável, com maior incidência de eventos adversos relacionados ao tratamento (81% qualquer grau; 22% grau 3-4) em comparação ao NIVO isolado (71% qualquer grau; 14% grau 3-4). A descontinuação do tratamento devido a eventos adversos ocorreu em 14% no grupo combinado e em 6% no grupo de monoterapia, ressaltando a necessidade de monitoramento cuidadoso.
O CheckMate 8HW consolida a combinação NIVO + IPI como uma nova possibilidade de tratamento para pacientes com mCRC MSI-H/dMMR, destacando não apenas a eficácia superior da imunoterapia combinada, mas também a necessidade de precisão diagnóstica para maximizar os resultados clínicos.
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