S-1 gera benefício expressivo em adjuvância de câncer de mama luminal - Oncologia Brasil

S-1 gera benefício expressivo em adjuvância de câncer de mama luminal

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O câncer de mama do tipo luminal – positivo para receptores hormonais (RH+) e usualmente negativo para hiperexpressão da proteína HER2 (HER2-) – é o mais comum dos subtipos de neoplasias malignas mamárias, chegando a corresponder a 67% dos casos diagnosticados anualmente. Apesar de a doença inicial apresentar uma sobrevida em 5 anos extremamente favorável, um risco não desprezível de recorrência tardia está associado a esse subtipo. Por esse motivo, novas modalidades terapêuticas que busquem minimizar esse risco são fonte de constante pesquisa.

Nesse contexto, a intensificação do tratamento adjuvante desses pacientes é uma estratégia que vem sendo estudada em diferentes formatos. Uma dessas novas estratégias foi avaliada no estudo de fase III POTENT, que propôs a adição do quimioterápico S-1 à adjuvância padrão desses indivíduos, com hormonioterapia e com ou sem quimioterapia. Os dados da análise inicial do estudo foram apresentados no San Antonio Breast Cancer Symposium 2019, congresso que reúne diversos dos mais renomados especialistas em câncer de mama e que ocorre de 10 a 14 de dezembro, em San Antonio, Texas.

O uso de S-1 aumentou significativamente a sobrevida livre de doença invasiva (SLDi) após 51,4 meses de seguimento, com 10,6% de eventos de recorrência ou morte no braço do quimioterápico, em comparação a 15,9% no braço da terapia endócrina isolada (HR 0,63; IC 95% 0,49-0,81; p = 0,0003). As estimativas para SLDi em 5 anos foram de 81,5% para o grupo controle e de 86,9% para o grupo que recebeu S-1.

A frequência de eventos adversos foi similar à encontrada em outros estudos realizados com S-1 em populações orientais. É importante salientar, no entanto, que o uso, no passado, dessa medicação em pacientes ocidentais já se mostrou mais tóxico e menos eficaz do que em sua contrapartida oriental. Dessa maneira, apesar da eficácia e segurança animadoras apresentadas, ressalta-se que apenas pacientes japoneses foram incluídos nessa análise, não sendo possível extrapolar resultados para a população ocidental. Felizmente, a adição de S-1 à adjuvância do câncer de mama RH+/HER2- inicial parece ser uma opção muito promissora no Japão, porém esse benefício provavelmente ainda não poderá ser desfrutado pelos pacientes do ocidente.

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