A Dra. Débora Gagliato, oncologista clínica da Beneficência Portuguesa de São Paulo, comenta os principais estudos publicados em 2019 e como impactaram no tratamento do câncer de mama. O ano de 2019 destacou-se por marcantes avanços no tratamento de pacientes diagnosticadas com neoplasia de mama. Um dos grandes destaques foi a aprovação de imunoterapia para tratamento de pacientes com o subtipo triplo negativo, no contexto de doença localmente avançada ou metastática. Para um subgrupo de pacientes em que os desfechos de sobrevida comparavam-se de forma bastante desfavorável em relação aos demais subtipos de câncer de mama, sendo quimioterapia a única opção de tratamento para a grande maioria de pacientes, a aprovação de imunoterapia trouxe uma importante arma no arsenal terapêutico.
Notadamente, apenas as pacientes com expressão de PD-L1 na imunohistoquímica em infiltrado imune peritumoral, avaliado pelo anticorpo VENTANA SP-142, se beneficiaram do tratamento. Com a aprovação, buscam-se outros subgrupos de pacientes que possam se beneficiar do tratamento, além da avaliação dessa modalidade terapêutica em combinação com outros agentes, além de quimioterapia, e em contexto distinto de doença, como no cenário localizado.
Inibidores de ciclina 4/6 (iCDK4/6) se consolidaram como agentes associados a importante ganho em sobrevida global nas pacientes diagnosticados com câncer de mama e expressão de receptor hormonal (RH). Combinados à terapia endócrina, de forma bastante clara acarretaram profundo impacto positivo em sobrevida global nos mais diferentes contextos, como primeira ou segunda linha de tratamento, resistência hormonal primária e secundária, e em doença visceral ou mesmo em pacientes com doença óssea exclusiva.
Adicionalmente, um inibidor de PI3K alfa específico, denominado alpelisibe, tornou-se uma importante opção terapêutica para pacientes com câncer de mama metastático RH positivo e mutação somática em PIK3CA. A aprovação da droga destacou-se como a primeira em câncer de mama com base em uma alteração molecular específica, trazendo para essa câncer de mama um tratamento específico atrelado à alteração molecular.
Em conclusão, o ano de 2019 foi marcado por notáveis avanços no tratamento de pacientes diagnosticadas com câncer de mama. O campo avança com novas terapias, como anticorpos conjugados à droga, novos inibidores de tirosina kinase, potentes moduladores e dowmregulators do receptor de estrógeno, drogas-alvo, como inibidores de AKT e MEK, novas estratégias para modular sistema imune, como inibidores de IDO, dentre outros.
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