De acordo com estudo apresentado no congresso anual EHA25 Virtual, a manutenção com ixazomibe apresentou melhora estatisticamente significativa, representando 34,1% de redução do risco de progressão ao óbito
Estudo fase 3 TOURMALINE-MM4 apresentado na sessão oral da 25ª edição do EHA Annual Congress comparou o ixazomibe versus placebo como terapia de manutenção em pacientes com mieloma múltiplo recém diagnosticado que foram considerados inelegíveis para transplante autólogo de células-tronco hematopoiéticas (TCTH).
O ixazomibe é o primeiro inibidor de proteasoma oral e já está aprovado no Brasil para o tratamento de pacientes com mieloma múltiplo recidivado em combinação com a lenalidomida e dexametasona.
Foram incluídos 706 pacientes no total de acordo com os critérios de elegibilidade: ser acima de 18 anos, inelegível para receber o transplante autólogo e que tivesse recebido qualquer tratamento inicial por no mínimo 6 meses e no máximo 12 meses.
O desenho do estudo foi randomizado 3:2 (3 pacientes para ixazomibe (n=425) e 2 para placebo (n=281)). Os pacientes receberam ixazomibe ou placebo por no máximo de 24 meses, ou menos, se tivessem tido progressão ou toxicidade inaceitável.
A mediana de idade para o grupo de ixazomibe foi de 72 anos, com 37% dos pacientes acima de 75 anos. Já no grupo placebo, a mediana foi de 73 anos, com 39% acima dos 75 anos. Além disso, 17% dos pacientes em ambos os braços tinham alto risco citogenético, definidos por translocação 4,14, ou translocação 14,16, ou deleção do 17p.
O endpoint primário foi sobrevida livre de progressão (SLP), alcançado em uma mediana de follow up de 21 meses, com superioridade para o grupo que recebeu o ixazomibe de 17,4 meses versus 9,4 meses para o grupo que recebeu placebo. Isso representa um HR de 0,659, o que significou 34,1% de redução de risco de progressão ou óbito, favorecendo o ixazomibe versus o placebo. Esse benefício foi observado em todos os subgrupos de interesse: para aqueles que obtiveram resposta completa ou resposta parcial e para os pacientes com ISS estadio 3.
Em termos de perfil de segurança, o ixazomibe foi bem tolerado, apesar de a incidência de descontinuação ter sido ligeiramente superior neste grupo. Os eventos adversos mais comuns foram náusea, vômito, diarreia, rash cutâneo, neuropatia periférica e febre. 5,2% dos pacientes com ixazomibe e 6,2% no placebo tiveram relato de 2ª malignidade.
O estudo concluiu que a manutenção com ixazomibe neste cenário de pacientes inelegíveis para o transplante apresentou melhora estatisticamente significativa com superioridade de 8 meses de vantagem quando comparado ao grupo placebo, representando 34,1% de redução do risco de progressão ao óbito.
Não houve impacto negativo no grupo do ixazomibe em relação à qualidade de vida. Considerando essa população mais idosa, este é um dado de segurança extremamente importante. Por ser uma droga oral e poder ser utilizada por um longo período, o ixazomibe se torna bastante atrativo.
Meletios A. Dimopoulos et al. IXAZOMIB VS PLACEBO AS POST-INDUCTION MAINTENANCE THERAPY IN NEWLY DIAGNOSED MULTIPLE MYELOMA (NDMM) PATIENTS (PTS) NOT UNDERGOING AUTOLOGOUS STEM CELL TRANSPLANT (ASCT): PHASE 3 TOURMALINE-MM4 TRIAL – EHA Library. A. Dimopoulos M. 06/12/20; 295020; S200
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