Os dados foram apresentados no dia 8 de agosto durante o Simpósio Presidencial Virtual do IASLC WCLC 2020
Pacientes com câncer de pulmão não-pequenas células (CPNPC) portadores de alterações em ALK que receberam ensartinibe apresentaram ganho de sobrevida livre de progressão (SLP) em relação ao grupo tratado com crizotinibe. Os dados foram apresentados pela Dra. Leora Horn, do Thoracic Oncology Program do Vanderbilt-Ingram Cancer Center, durante o simpósio presidencial virtual da International Association for the Study of Lung Cancer (IALSC).
O câncer de pulmão ALK-positivo ocorre em aproximadamente 5% a 7% dos pacientes com CPNPC, principalmente em pacientes com menos de 55 anos. Ensartinibe (X-396) é um novo inibidor tirosina quinase (iTKI) com ação em alterações em ALK.
Nos estudos de fase 1 e 2, o ensartinibe mostrou atividade promissora em pacientes que eram virgens de tratamento com iTKI ou que receberam crizotinibe ou iTKIs de segunda geração com ação em ALK, incluindo forte atividade em pacientes com metástases cerebrais.
Ao todo, 290 pacientes com CPNPC com alteração em ALK localmente determinada foram randomizados para ensartinibe ou crizotinibe na população por intenção de tratamento (ITT) pré-especificada.
Os pacientes foram estratificados por quimioterapia anterior, status de performance ECOG, metástases cerebrais e região geográfica. As características baseline foram bem equilibradas entre os dois grupos: a idade média foi 54,1; 26% dos pacientes receberam quimioterapia anterior e 36% dos pacientes tinham metástases cerebrais no baseline (5% receberam radioterapia cerebral anterior).
A população por intenção de tratamento modificada (mITT), ou seja, a população de pacientes pré-especificada que tinha alteração em ALK conforme confirmado por FISH, incluiu 247 pacientes, dos quais 121 receberam ensartinibe e 126 receberam crizotinibe.
No corte de dados de 1º de julho de 2020, com base em um projeto de análise provisório pré-planejado (envolvendo 75% dos eventos de sobrevida livre de progressão), o tratamento estava em andamento em 64 pacientes tratados com ensartinibe (45%) e 25 pacientes tratados com crizotinibe (17%).
Havia 139 pacientes que apresentaram progressão de doença (conforme avaliado pelo comitê de revisão independente cego, BIRC) ou morte, o que representou 73% dos eventos de progressão na população por ITT e 119 eventos BIRC ou mortes (63%) na população mITT.
A análise demonstrou uma diferença estatisticamente significativa entre os pacientes que receberam ensartinibe, com uma sobrevida livre de progressão mediana de 25,8 meses vs 12,7 meses com crizotinibe, com um acompanhamento médio de 23,8 e 20,2 meses, respectivamente (HR = 0,52; IC 95%: 0,36-0,75; p = 0,0003 pelo teste de log-rank).
Na população mITT, a sobrevida livre de progressão mediana ainda não foi alcançada no braço do ensartinibe vs 12,7 meses no braço do crizotinibe (HR = 0,48; IC 95%: 0,32-0,71; p = 0,0002 pelo teste de log-rank).
A taxa de resposta geral foi de 75% versus 67%. Entre os pacientes com metástases cerebrais mensuráveis, a taxa de resposta intracraniana avaliada pelo BIRC foi de 64% com ensartinibe versus 21% com crizotinibe. A taxa de falha de tratamento no cérebro em pacientes sem metástases cerebrais basais também foi significativamente menor com ensartinibe em comparação com crizotinibe (4% vs 24% em 12 meses).
Além de ser um estudo positivo para sobrevida livre de progressão, os dados indicam que o benefício de ensartinibe se estende aos pacientes previamente expostos a outros TKIs para alterações em ALK.
Referências:
https://clinicaltrials.gov/ct2/show/NCT02767804
https://wclc2020.iaslc.org/
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