Os dados do estudo apoiam a combinação de lenvatinibe + pembrolizumabe como um potencial regime terapêutico para essa população que ainda necessita de alternativas eficazes de tratamento
Opções terapêuticas seguras e eficazes para o tratamento do melanoma após a progressão aos anti-PD-1 são uma grande necessidade na oncologia de precisão. O estudo LEAP-004 (NCT03776136), de fase 2, aberto e de braço único, avaliou a combinação de lenvatinibe (um inibidor multiquinase) e pembrolizumabe (anti-PD-1) nesta população.
Os pacientes elegíveis apresentavam melanoma estadios III-IV irressecável, com progressão de doença confirmada por iRECIST dentro de 12 semanas da última dose do inibidor PD-(L)1 administrado sozinho ou em combinação com anti-CTLA-4, assim como outras terapias com uso ≥2 doses, doença mensurável e ECOG 0 a 1.
O esquema terapêutico envolvia a administração de lenvatinibe 20 mg/dia via oral continuamente associada a pembrolizumabe 200 mg IV a cada 3 semanas por um período ≤35 doses, até progressão de doença ou toxicidade inaceitável. Pacientes elegíveis poderiam ser tratados além da progressão de doença.
O desfecho primário foi a taxa de resposta objetiva (TRO) por RECIST v1.1 avaliada por revisão central independente cega (BICR). Os desfechos secundários foram sobrevida livre de progressão (SLP) e duração de resposta (DDR) por RECIST v1.1 (também avaliada por BICR), sobrevida global (SG) e segurança.
A TRO confirmada por BICR foi de 21,4% no geral (com 2 respostas completas e 20 respostas parciais) e de 31,0% para pacientes com progressão de doença pós anti-PD-L1 + anti-CTLA-4 (sendo 1 resposta completa e 8 respostas parciais).
A taxa de controle de doença foi de 65,0%. A duração de resposta (DDR) média foi de 6,3 meses. A mediana de SLP e de SG foi de 4,2 meses e de 13,9 meses, respectivamente. As estimativas de SLP e SG em 9 meses foram de 26,2% e 65,4%.
Os eventos adversos relacionados ao tratamento (TRAEs) mais comuns foram hipertensão (56,3%), diarreia (35,9%) e náuseas (34,0%). TRAEs de graus 3 a 5 ocorreram em 44,7%, levando à descontinuação de lenvatinibe e/ou pembrolizumabe em 7,8%.
Os autores concluem que a combinação de lenvatinibe e pembrolizumabe apresentou atividade em pacientes com melanoma avançado com progressão confirmada após exposição a inibidor PD-L1, incluindo aqueles com progressão de doença sob uso de anti-PD-L1 + anti-CTLA-4 combinados. O perfil de segurança foi consistente com estudos anteriores.
Esses dados apoiam a combinação de lenvatinibe + pembrolizumabe como um potencial regime terapêutico para essa população que ainda necessita de alternativas eficazes de tratamento.
Referência:
LBA44 – Lenvatinib (len) plus pembrolizumab (pembro) for advanced melanoma (MEL) that progressed on a PD-1 or PD-L1 inhibitor: Initial results of LEAP-004. ESMO 2020.
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Editor científico: Paulo Cavalcanti
Redatora: Bruna Marchetti
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