Dr. William William, Diretor Médico do Serviço de Oncologia da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo, comenta três principais estudos clínicos para o carcinoma de pulmão não-pequenas células com mutação do EGFR apresentados no ESMO Virtual Congress 2020.
FLAURA 2
Foram apresentados os resultados parciais deste estudo que avalia a combinação do osimertinibe com quimioterapia em 1ª linha para pacientes com mutação do EGFR. A primeira parte do FLAURA 2 avalia a segurança da combinação osimertinibe com quimioterapia. Os pacientes foram tratados com carboplatina, osimertinibe e pemetrexed ou com um regime de cisplatina, osimertinibe e pemetrexed.
O estudo tem mostrado que a combinação do osimertinibe com quimioterapia é segura, não havendo eventos adversos que não os já esperados com essas medicações. Os eventos adversos do grupo que recebeu o regime com cisplatina foram, como já esperado, mais frequentes do que no grupo que recebeu esquema com carboplatina.
O estudo FLAURA 2 partirá agora para a porção randomizada de fase III e, quando concluído, será possível definir mudanças ou não no atual padrão de tratamento na 1ª linha do câncer de pulmão EGFR+.
IMpower150
Este estudo avaliou a combinação de carboplatina, paclitaxel, bevacizumab e atezolizumab comparada a um regime de carboplatina, paclitaxel, bevacizumab, além de um terceiro braço com carboplatina, paclitazel e atezolizumab em pacientes com mutação do EGFR.
O IMpower150 levou à aprovação do esquema de quatro drogas na 1ª linha em pacientes sem tratamento prévio. Um ponto interessante do estudo é que ele incluiu pacientes com mutação de EGFR, algo incomum em estudos de quimioterapia de 1ª linha. No entanto, uma condição para a participação desses pacientes com mutação no EGFR é que eles precisavam ter esgotado suas opções de tratamento com inibidores de tirosina quinase.
Dos 78 pacientes com mutações de EGFR, 58 possuíam mutações clássicas de sensibilidade. E desses 58, 50 pacientes haviam recebido tratamento prévio com inibidores de tirosina quinase.
Dados de subgrupos de pacientes desse estudo mostraram que a razão de risco (hazard ratio, HR) variava dependendo do perfil do paciente. Em pacientes com mutações de sensibilidade do EGFR, o HR foi de 0,91 com o esquema de quatro drogas. Pacientes com mutação de sensibilidade do EGFR tiveram um HR de 0,6. E pacientes com ambas mutações e tratamento prévio tiveram um HR de 0,74. A melhora de sobrevida global não foi observada no grupo que excluiu o antiangiogênico bevacizumabe do esquema.
CHRYSALIS
O CHRYSALIS traz uma estratégia nova com a combinação do lazertinibe (inibidor de EGFR de 3ª geração) com o amivantamabe (um anticorpo monoclonal anti-EGFR e anti-MET). O estudo tratou 90 pacientes, sendo que 25% deles nunca havia recebido tratamento prévio e 60% havia recebido TKI de 3ª geração.
Neste estudo de fase I não foram observadas toxicidades inesperadas. Somente 11% dos pacientes tiveram toxicidade grau 3. Os dados preliminares de eficácia mostram uma taxa de resposta de 36% em pacientes que receberam osimertinibe prévio. Nos pacientes sem tratamento prévio, a taxa de resposta foi de 100% e seguem em acompanhamento por mais 7 meses.
Confira os comentários do especialista na nossa versão podcast:
Referências:
Socinski MA, Jotte RM, Cappuzzo F, et al. Atezolizumab for First-Line Treatment of Metastatic Nonsquamous NSCLC. N Engl J Med. 2018;378(24):2288-2301. doi:10.1056/NEJMoa1716948
Park, K. Et. Al. Amivantamab (JNJ-61186372), a EGFR-MET bispecific antibody, in combination with Lazertinib, a 3-rd generation TKI in advanced EGFR NSCLC. ESMO virtual congress sep. 2020
Planchard, et. Al. Osimertinib plus platinum-pemetrexed in newly-diagnosed EGFR mutation (EGFRm)-positive advanced NSCLC: safety run-in results from the FLAURA2 study. ESMO virtual congress sep. 2020
Reck, M. IMpower150: Updated Efficacy Analysis in Patients With EGFR Mutations. ESMO virtual congress sep. 2020
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