Osimertinibe é um inibidor de tirosina quinase anti-EGFR de 3ª geração, irreversível e ativo no sistema nervoso central, que demonstrou melhora estatisticamente significativa na sobrevida livre de doença, em comparação com placebo, em pacientes com CPNPC estadio IB-IIIA ressecado com mutação EGFR
Durante a IASLC WCLC 2020 (International Association for the Study of Lung Cancer 2020 World Conference on Lung Cancer), realizada entre os dias 28 a 31 de janeiro de 2021, foram apresentados dados atualizados do ADAURA, um ensaio clínico randomizado de fase III, que compara o uso de osimertinibe adjuvante versus placebo em pacientes com câncer de pulmão não–pequenas células (CPNPC) estadio IB-IIIA (segundo a AJCC 7ª edição), ressecado cirurgicamente, que apresenta alteração em EGFR por deleção do éxon 19 ou substituição do éxon 21 L858R. Os pacientes foram designados aleatoriamente para receber 80 mg de osimertinibe ou placebo diariamente, por três anos ou até a recorrência da doença.
No estudo, 60% (410 de 682) de todos os indivíduos receberam quimioterapia adjuvante por uma duração média de quatro ciclos, equilibrada entre os braços de tratamento. No geral, 409 pacientes receberam quimioterapia à base de platina, a maioria com doença estadio II e IIIA (II = 71% [165 de 231]; IIIA = 80% [187 de 235]), porém um menor número com estadio IB (26% [57 de 216]). Em todos os estadiamentos, a proporção geral dos que receberam quimioterapia foi de 66% com menos de 70 anos (338 de 509) em comparação à 42% (72 de 173) com 70 anos ou mais. Naqueles com 75 anos ou mais, a proporção foi de 27% (21 de 78).
O grupo que recebeu quimioterapia (n = 203) apresentou 22 eventos de sobrevida livre de doença (11%), e o grupo placebo (n = 207) experimentou 103 (50%), com HR de 0.16 (IC95% 0,10-0,26).
O braço de tratamento que recebeu osimertinibe sem quimioterapia (n = 136) apresentou 15 eventos de sobrevida livre de doença (11%), enquanto o grupo placebo que não recebeu quimioterapia teve 56 eventos (41%), com HR de 0,23 (IC95% 0,13-0,40).
Os autores concluem que o benefício da sobrevida livre de doença com osimertinibe versus placebo, para pacientes que receberam quimioterapia prévia, foi semelhante ao do grupo sem quimioterapia anterior, independentemente do estadio da doença.
Osimertinibe é, de fato, uma droga claramente ativa quando administrada no cenário adjuvante, segundo os dados apresentados do ADAURA. Entretanto, dados de sobrevida global são aguardados para determinar o impacto dessa estratégia nas chances de cura dos pacientes.
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