Docetaxel é uma quimioterapia padrão para o tratamento do mCPRC, podendo aumentar as respostas imunes antitumorais. Por isso, o seu uso em combinação com o nivolumabe poderia incrementar o benefício do tratamento
Durante o 2021 Genitourinary Cancers Symposium, foram apresentados os resultados da análise final para o braço B (nivolumabe + docetaxel) do CheckMate 9KD (NCT03338790), um estudo de fase II de nivolumabe (anticorpo monoclonal anti-PD-1), em combinação com rucaparibe, docetaxel ou enzalutamida, para pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração (mCPRC).
O braço B inscreveu pacientes com mCPRC, virgens de quimioterapia, mas em uso de terapia de privação androgênica e exposição prévia a ≤ dois novos bloqueadores androgênicos (NBA), como abiraterona, enzalutamida, etc. Os pacientes receberam nivolumabe 360 mg + docetaxel 75 mg/m² a cada três semanas + prednisona 5 mg 2x/dia por ≤ 10 ciclos, seguido por nivolumabe 480 mg a cada quatro semanas até progressão da doença ou toxicidade inaceitável (até dois anos).
Os desfechos coprimários foram taxa de resposta objetiva (TRO) e taxa de resposta do antígeno prostático específico, definido como redução de PSA ≥ 50%. Os desfechos secundários incluíram sobrevida livre de progressão radiográfica (rSLP), sobrevida global (SG) e segurança.
Resultados:
Dos 84 pacientes tratados, com uma idade média de 71 anos, 27% tinham doença visceral e 54% doença mensurável. O número médio de ciclos de docetaxel foi oito. O número médio de doses de nivolumabe foi 11. O acompanhamento médio foi de 15,2 meses.
Houve uma (2,2%) resposta objetiva completa e 17 (37,8%) respostas parciais, em 45 pacientes com doença mensurável.
Resultado (IC 95%) | Total | NBA anterior | Sem NBA anterior |
TRO, % | n = 45 40 (25,7-55,7) | n = 31 38,7 (21,8-57,8) | n = 14 42,9 (17,7-71,1) |
Taxa de resposta de PSA confirmada, % | n = 81 46,9 (35,7-58,3) | n = 53 39,6 (26,5–54,0) | n = 28 60,7 (40,6-78,5) |
rSLP mediana, meses | n = 84 9,0 (8,0-11,6) | n = 54 8,5 (7,5–10,8) | n = 30 12,0 (6,2-18,2) |
SG mediana, meses | n = 84 18,2 (14,6–20,7) | n = 54 16,2 (13,5-18,3) | n = 30 Não alcançado (9,9 – não estimável) |
Eventos adversos relacionados ao tratamento de qualquer grau (TRAEs) ocorreram em 95,2% dos participantes, mais comumente fadiga (39,3%), diarreia (35,7%) e alopecia (34,5%). TRAEs de grau 3-4 ocorreram em 47,6% dos pacientes, mais comumente neutropenia (16,7%). TRAEs levou à descontinuação em 29,8% dos pacientes. Os eventos adversos imunomediados mais comuns foram gastrointestinais (35,7%) ou relacionados à pele (26,2%). Houve três mortes relacionadas ao tratamento (uma pneumonite relacionada ao nivolumabe; duas pneumonias relacionadas ao docetaxel).
Os autores concluem que nivolumabe em combinação com docetaxel apresentou atividade clínica promissora em pacientes com mCPRC virgens de quimioterapia, independentemente do uso prévio de NBA, com um perfil de segurança consistente com o dos agentes individuais. Esses resultados apoiam o estudo de fase III em andamento – CheckMate 7DX (NCT04100018) –, que compara nivolumabe + docetaxel versus placebo + docetaxel para tratamento do mCPRC.
Referências:
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