Dra. Aknar Calabrich, oncologista da Clínica AMO, comenta os resultados dos principais estudos apresentados na 2020 World Conference on Lung Cancer, evento realizado pela International Association for the Study of Lung Cancer (IASLC).
A pesquisa randomizada de fase III KEYNOTE-598 comparou o uso de pembrolizumabe isolado com a combinação do medicamento e ipilimumabe, em portadores de câncer de pulmão metastático com expressão de PD-L1 acima de 50%.
Os participantes não haviam recebido terapia sistêmica anteriormente e possuíam EGFR e ALK negativos. O resultado mostrou que não houve diferença na sobrevida global, na taxa e duração de resposta, nem na progressão. No entanto, houve aumento dos eventos adversos relacionados a duplo bloqueio do checkpoint imunológico.
Aknar aponta que esse desfecho levanta um questionamento relacionado a um outro estudo, o CheckMate 227, que havia revelado benefícios da combinação entre ipilimumabe e nivolumabe. “Nesse caso, fica a dúvida de qual seria o papel do anti-PDL-1 combinado com anti-CTLA-4, nos pacientes com expressão PDL-1 acima de 50%”, afirma a oncologista.
Na WCLC20, também foi compartilhada a atualização do IMPaLa [110]. O uso de atezolizumabe em indivíduos com expressão alta e intermediária do PDL-1 não gerou aumento de sobrevida global em comparação com a quimioterapia.
Já a análise de fase II, que avaliou a combinação de tiragolumabe com atezolizumabe versus o atezolizumabe monodroga em primeira linha para casos de EGFR e ALK negativos, entregou repercussões animadoras. A associação dos medicamentos aumentou a taxa de resposta de 20% para quase 40%. Em pacientes com alta expressão, o acréscimo foi ainda maior: de 24% para 66%.
A especialista conclui, citando novas drogas no cenário do EGFR. Primeiramente, mencionou o inibidor de tirosina quinase oral mobocertinibe, que apresentou 40% de taxa de resposta e 70% na de controle da doença.
Já o amivantamabe, um anticorpo com bloqueio duplo de EGFR e MET, demonstrou taxa de resposta de 40%, duração de resposta de 11% e controle do tumor de cerca de 50%, além de oferecer uma tolerabilidade importante.
“São drogas muito promissoras no cenário de EGFR, no qual, hoje, temos poucas opções para serem utilizadas”, conclui Aknar.
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