O congresso anual envolveu discussões de novas estratégias em imuno-oncologia, terapia celular, tecnologia anticorpo-droga conjugado, estudos pré-clínicos na identificação de tratamentos combinados efetivos, características do microbioma e citocinas como alvo ou instrumento terapêutico
Entre os dias 01 e 02 de março de 2021, ocorreu o ESMO Targeted Anticancer Therapies Virtual Congress (TAT 2021), um evento anual que aborda estratégias de tratamentos oncológicos inovadores a partir de diversos alvos e biomarcadores moleculares.
Em um ambiente em constante evolução, o TAT se concentra no desenvolvimento da fase inicial e na pesquisa translacional. O programa abrange estratégias de terapias-alvo, imuno-oncologia e combinações terapêuticas, além da apresentação de promissores estudos de fase I que podem levar a padrões de tratamento no futuro próximo.
As sessões foram divididas em diversos assuntos, envolvendo novas estratégias em imuno-oncologia, terapia celular para tumores sólidos, tecnologia anticorpo-droga conjugado, estudos pré-clínicos na identificação de terapias combinadas efetivas, características do microbioma e citocinas como alvo ou instrumento terapêutico.
Temas em destaque foram: terapias anti-FGFR, poziotinibe no tratamento do câncer de pulmão não-pequenas células (CPNPC) com mutação EGFR/HER2 éxon 20, novos inibidores seletivos do c-MET (SCC244) no CPNPC, inibidores de PI3Kα em pacientes com tumores sólidos avançados, injeção intratumoral de mRNA, que traduz interleucina 12 a fim de induzir resposta anti-tumoral mediada por linfócitos TH1, administração de 177Lu-PSMA no tratamento de pacientes com câncer de próstata metastático resistente à castração com metástase visceral, entre muitos outros.
Sobre mecanismos de resistência às terapias, destaca-se um estudo de análise da perda de expressão de STK11 e KEAP1, os quais estão fortemente co-associados (p < 0,001) no adenocarcinoma de pulmão, tornando-se o principal fator de mau prognóstico por conferir resistência tanto à quimioterapia padrão quanto à imunoterapia, levando a uma mediana de sobrevida global inferior a oito meses a partir do diagnóstico. Após o sequenciamento de 1.235 pacientes com adenocarcinoma de pulmão metastático por NGS, os pesquisadores observaram que a co-mutação STK11/KEAP1 promove a evasão da ferroptose como mecanismo de sobrevivência tumoral. A inibição genética e farmacológica de SCD1, gene regulador de ferroptose, impediu o crescimento de células com co-mutação STK11/KEAP1 e sensibilizou-as para a indução da ferroptose. Os autores concluem que a inibição de SCD1, isoladamente ou em conjunto com agentes direcionados à ferroptose, representa uma estratégia promissora para melhorar os resultados nesta coorte de pacientes com opções terapêuticas limitadas e de mau prognóstico.
O TAT 2021 é um dos principais congressos que reúne especialistas envolvidos na oncologia de precisão e nas descobertas de terapias antitumorais ainda em desenvolvimento clínico, debatendo medicina translacional e destacando os avanços mais recentes da área.
Referências:
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Editor científico: Paulo Cavalcanti
Redatora: Bruna Marchetti
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