KEYNOTE-775/Study 309 é um ensaio confirmatório do KEYNOTE-146/Study 111, que apoiou a aprovação acelerada da combinação pela FDA em 2019 para pacientes com carcinoma endometrial avançado negativo para dMMR ou alta instabilidade de microssatélites (MSI-H), que apresentaram progressão da doença após terapia sistêmica e que não são candidatas a cirurgia curativa ou radioterapia
Durante os dias 19 a 25 de março ocorreu o encontro anual da SGO (Society of Gynecologic Oncology) 2021 em formato virtual. Nesse evento, foi apresentado o KEYNOTE-775/Study 309 (NCT03517449), um ensaio pivotal de fase III, multicêntrico, aberto e randomizado que comparou a eficácia e a segurança de lenvatinibe em combinação com pembrolizumabe versus tratamento à escolha do médico em 827 pacientes com câncer de endométrio avançado, metastático ou recorrente que tiveram progressão de doença após regime prévio à base de platina. As pacientes poderiam receber até dois regimes anteriores, se um deles fosse administrado em configuração neoadjuvante ou adjuvante.
Das 827 mulheres, 697 tinham tumores pMMR e 130 tinham dMMR. Elas foram designadas aleatoriamente 1:1 para receber:
Após um acompanhamento médio de 11,4 meses, lenvatinibe mais pembrolizumabe reduziu o risco de progressão da doença ou morte em 44% (P < 0,0001) e o risco de morte em 38%, com base nos seguintes resultados nos braços experimental versus padrão:
As taxas de resposta objetiva entre todas as participantes foram de 31,9% com lenvatinibe mais pembrolizumabe versus 14,7% com o tratamento de acordo com a escolha do médico. Respostas completas foram observadas em 6,6% e 2,6%, respectivamente (P < 0,0001), e a duração mediana da resposta foi de 14,4 versus 5,7 meses.
Benefícios na sobrevida livre de progressão e global também foram observados em outras categorias demográficas como idade, raça, região, status MMR, história de radiação pélvica, histologia e linhas de terapia prévias.
A duração mediana do tratamento foi de 231 dias com a combinação e de 104,5 dias com quimioterapia.
O perfil de segurança da combinação foi consistente com os estabelecidos para as monoterapias individualmente. Grau ≥ 3 eventos relacionados ao tratamento foram observados em 88,9% no braço da combinação e 72,7% no da quimioterapia. Hipertensão foi a toxicidade mais comum relatada em pacientes em lenvatinibe mais pembrolizumabe e foi de grau ≥ 3 em 37,9%.
Os autores concluem que a redução de 38% no risco de morte, independentemente do status MMR nas pacientes com carcinoma de endométrio avançado, metastático ou recorrente é muito encorajador e pode ser uma nova opção de tratamento nessa população de pacientes.
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