Apresentada durante o ESMO Breast Cancer 2021, metanálise aborda os inibidores de correceptores imunes (ICIs), que têm mostrado atividades antitumorais promissoras em diversas malignidades
Começa hoje, em formato virtual, o ESMO Breast Cancer 2021, um evento multidisciplinar direcionado a pesquisadores e oncologistas interessados em câncer de mama, englobando diversos temas, como pesquisa translacional, novos medicamentos, diagnósticos moleculares, biomarcadores e cuidados ao paciente oncológico.
No congresso, foi apresentada uma metanálise que avaliou a eficácia e o perfil de segurança da adição de inibidores de correceptores imunes (ICIs) à quimioterapia neoadjuvante contra o câncer de mama triplo-negativo.
Foram incluídos na metanálise ensaios clínicos randomizados que investigaram a terapia neoadjuvante contendo ICI versus terapia neoadjuvante livre de ICI. Os estudos elegíveis foram recuperados dos bancos de dados PubMed, Embase e Web of Science.
Resultados
O estudo incluiu quatro ensaios clínicos randomizados contendo 1795 pacientes com câncer de mama triplo-negativo estadio inicial. A terapia neoadjuvante associada aos ICI aumentou significativamente a taxa de resposta patológica completa (pCR) em relação à neoadjuvância sem ICI (OR = 2,14; IC 95%: 1,37 – 3,35; p < 0,001).
Em uma análise de subgrupo, a adição de ICI à quimioterapia neoadjuvante foi significativamente associada ao aumento da taxa de pCR em ambos os grupos PD-L1 positivo (OR = 1,79; IC 95%: 1,33 – 2,41; P < 0,001) e PD-L1 negativo (OR = 1,84; IC 95%: 1,14 – 2,99; P = 0,01).
Além disso, observou-se melhora na sobrevida livre de eventos no grupo com terapia neoadjuvante mais ICI em relação ao sem ICI (HR = 0,66, IC 95%: 0,48 – 0,89, P = 0,007).
Um risco significativamente maior de eventos adversos incluindo insuficiência adrenal, aumento da aspartato aminotransferase, xerostomia, hepatite, hipertireoidismo, hipotireoidismo, reações infusionais, pirexia e estomatite foi observado com a terapia neoadjuvante contendo ICI.
Os autores concluem que a terapia neoadjuvante contendo ICI aumentou significativamente a taxa de pCR independentemente do status PD-L1 em pacientes com câncer de mama triplo-negativo estádio inicial, com incremento para a sobrevida livre de eventos.
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