A primeira análise interina (acompanhamento médio de 22,7 meses) demonstrou sobrevida global e sobrevida livre de progressão radiográfica superiores com a adição de apalutamida à terapia de privação androgênica
Recentemente foram publicados os dados finais de eficácia e segurança do estudo de fase III TITAN (NCT02489318) após a retirada do cegamento e a realização de crossover de placebo para apalutamida nos pacientes recrutados com câncer de próstata metastático sensível à castração.
No ensaio, 1052 pacientes foram designados aleatoriamente para receber apalutamida 240 mg por dia (n = 525) ou placebo (n = 527), além da terapia de privação androgênica (androgen-deprivation therapy, ADT) em curso. Após a revelação do estudo em janeiro de 2019, os pacientes do grupo placebo foram autorizados a fazer a transição para o tratamento com apalutamida.
Os dados atualizados incluem um acompanhamento médio de 44 meses. Um total de 208 pacientes no grupo placebo (39,5%) realizou crossover. Na população com intenção de tratar, incluindo os pacientes do crossover, a sobrevida global (SG) mediana não foi alcançada no grupo apalutamida versus 52,2 meses no grupo placebo (HR = 0,65; IC 95% = 0,53 – 0,79; p < 0,0001); as taxas de SG de quatro anos foram de 65,1% versus 51,8%.
A quimioterapia citotóxica foi iniciada em 13,1% dos pacientes tratados com apalutamida versus 23,9% dos pacientes tratados com placebo (HR = 0,47; IC 95% = 0,35 – 0,63; P < 0,0001), com tempo médio para a quimioterapia citotóxica não alcançado em nenhum dos grupos.
A progressão do PSA (antígeno prostático específico) ocorreu em 26,3% versus 65,3% dos pacientes (HR = 0,27; IC 95% = 0,22 – 0,33; P < 0,0001), com um tempo médio para a progressão do PSA não atingido versus 12,9 meses.
Um segundo evento de sobrevida livre de progressão (SLP-2) ocorreu em 33,0% versus 46,7% dos pacientes (HR = 0,62; IC 95% = 0,51–0,75; P < 0,0001), com mediana de SLP-2 não alcançada versus 44,0 meses.
A resistência à castração ocorreu em 36,4% versus 71,2% dos pacientes (HR = 0,34; IC 95% = 0,29 – 0,41, P < 0,0001), com o tempo médio para a resistência à castração não atingido versus 11,4 meses.
O perfil de segurança da apalutamida foi consistente com relatórios anteriores. As taxas ajustadas à exposição de eventos adversos de interesse, consistindo em erupção cutânea de qualquer grau, fratura, quedas, doença cardíaca isquêmica, distúrbios cerebrovasculares isquêmicos e convulsão, foram equivalentes a 40,0, 22,4 e 41,9 por 100 pacientes-ano no grupo apalutamida, placebo e grupo crossover, respectivamente. Eventos adversos grau 3 ou 4 ocorreram em 7,6%, 2,7% e 6,5% nos três grupos, respectivamente. Nenhuma morte relacionada ao tratamento foi relatada.
Os autores concluem que a análise final do TITAN confirmou que, apesar do crossover, a apalutamida mais ADT melhorou a SG, atrasou a resistência à castração e apresentou um perfil de segurança consistente nesse estudo que avaliou uma ampla população de pacientes com câncer de próstata metastático sensível à castração.
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