Os dados apresentados no ELCC® 2025 demonstram que o regime com amivantamabe + lazertinibe do estudo CHRYSALIS-2 prolonga a sobrevida global e o tempo de descontinuação do tratamento de pacientes com mutações atípicas no EGFR, quando comparado indiretamente com uma coorte de vida real.
O câncer de pulmão é a principal causa de mortalidade por câncer em todo o mundo e o carcinoma pulmonar de não pequenas células (CPNPC) representa aproximadamente 85% dos casos diagnosticados dessa patologia. Apesar dos avanços na área, as mutações no gene do receptor do fator de crescimento epidérmico (EGFR) continuam desafiando o tratamento dos pacientes com CPNPC, que representam cerca de 60% a 80% do total. Nesse contexto, os inibidores de tirosina quinase (TKIs) representam uma das principais escolhas para terapia em primeira linha, mas o surgimento de mutações atípicas em EGFR, como a G179X, S768I e L861Q representam um novo desafio.
Recentemente, o estudo de fase 3 MARIPOSA apresentou dados relevantes sobre a taxa de benefício clínico do uso do amivantamabe, um anticorpo biespecífico com ação anti-EGFR e MET em combinação com um inibidor de EGFR (lazertinib) para pacientes com CPNPC avançado ou metastático com mutações comuns no EGFR. Além da atividade anti-EGFR e anti-MET, o amivantamabe também induz a morte celular tumoral através da ativação do sistema imunológico. Esses resultados positivos levaram à aprovação desse regime pelo Food and Drug Administration (FDA) dos Estados Unidos, consolidando essa combinação como uma nova opção terapêutica viável.
O estudo apresentado no ELCC 2025, avaliou pacientes com CPNPC metastático portadores de mutações atípicas no EGFR comparando de forma indireta pacientes de vida real que foram tratados com TKI em monoterapia com a coorte C do estudo CHRYSALIS-2, que é um ensaio clínico de fase II que avaliou a eficácia da combinação de amivantamabe (AMI) e lazertinibe (LAZ). A análise incluiu 49 pacientes tratados com AMI + LAZ na Coorte C do CHRYSALIS-2 e 69 pacientes com CPNPC EGFRm tratados com um TKI, selecionado pelo médico. Os dados desses pacientes foram extraídos do banco de dados clínico-genômico da Flatiron Health/Foundation Medicine (FH/FMI CGDB).
Os resultados demonstraram uma vantagem significativa para ami+laz em termos de sobrevida global (OS) e tempo até a descontinuação do tratamento (TTD). A mediana de OS não foi atingida no grupo AMI+LAZ (IC 95%, 26,3–NE), enquanto no braço de TKIs foi de 19,6 meses (IC 95%, 5,6–52,7), representando uma redução de 71% no risco de morte (HR, 0,29; P = 0,015). As taxas de OS em 24 meses foram de 77% para AMI+LAZ versus 47% para TKIs (osimertinibe: 41%; afatinibe: 55%).
Além disso, o TTD também foi significativamente maior com AMI+LAZ, com uma mediana de 14,0 meses (IC 95%, 8,2–27,6) versus 3,7 meses (IC 95%, 1,6–17,1) para TKIs de EGFR (HR, 0,44; P = 0,008). As taxas de TTD em 24 meses foram de 41% para AMI+LAZ contra apenas 10% para TKIs.
Dessa forma, os dados apresentados no ELCC® 2025 reforçam o potencial da combinação de amivantamabe e lazertinibe como uma alternativa mais eficaz para o tratamento de pacientes com CPNPC avançado com mutações atípicas em EGFR, que historicamente representa é uma população com desfechos clínicos desfavoráveis.
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