A eficácia e a segurança do gefitinibe adjuvante para pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) completamente ressecado com mutação EGFR versus quimioterapia adjuvante à base de cisplatina não são completamente conhecidas
Durante o Congresso Mundial da ASCO 2021, foi apresentado o IMPACT (UMIN000006252), um ensaio japonês de fase III, randomizado e aberto, que comparou estratégias de tratamento adjuvante com gefitinibe versus cisplatina/vinorelbina em pacientes com CPNPC completamente ressecados (estádios II-III) com mutação em EGFR (L858R ou deleção do éxon 19).
De setembro de 2011 a dezembro de 2015, foram randomizados 234 pacientes para receber gefitinibe (250mg/dia) por 24 meses ou cisplatina (80mg/m² no dia 1) mais vinorelbina (25mg/m2 nos dias 1 e 8) a cada três semanas por quatro ciclos. O desfecho primário foi a sobrevida livre de doença (SLD) por revisão central na população com intenção de tratar (ITT).
Resultados:
Dois pacientes no braço do gefitinibe retiraram o consentimento e foram excluídos da população ITT. Nenhuma morte relacionada ao tratamento foi observada no braço do gefitinibe, porém três óbitos relacionados ao tratamento foram relatadas no braço da quimioterapia.
A duração média do acompanhamento foi de 71 meses. A mediana de SLD foi numericamente mais longa no braço gefitinibe (36 meses) versus quimioterapia (25,2 meses). No entanto, as curvas de Kaplan-Meier começaram a se sobrepor cerca de cinco anos após a cirurgia, e nenhuma diferença significativa de SLD foi observada, com um hazard ratio (HR) de 0,92 (IC 95% 0,67 – 1,28; P = 0,63).
A sobrevida global também não foi significativamente diferente (mediana não alcançada em nenhum dos braços). As taxas de sobrevida em cinco anos para os braços gefitinibe e cisplatina + vinorelbina foram de 78% e 74,6%, respectivamente, com um HR para óbito de 1,03 (IC 95% 0,65 – 1,65; P = 0,89). A análise exploratória de subconjuntos revelou que os pacientes > 70 anos no braço do gefitinibe sobreviveram mais do que aqueles no braço da quimioterapia (HR 0,31; IC 95% 0,10 – 0,98; P = 0,046).
Os pesquisadores concluem que o gefitinibe adjuvante aparentemente previne a recidiva precoce, mas não prolongou significativamente a SLD nem a SG em pacientes com CPNPC estádio II/III completamente ressecado com mutação em EGFR.
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