Resultados do estudo SALSA foram publicados no The New England Journal of Medicine, no qual foram avaliados os riscos e benefícios de estender a terapia com o inibidor da aromatase em mulheres na pós-menopausa
No mês de julho de 2021, foi publicado no The New England Journal of Medicine o ABCSG-16/SALSA (NCT00295620), um estudo prospectivo de fase 3, que recrutou mulheres na pós-menopausa com câncer de mama positivo para receptores hormonais, que foram tratadas durante 5 anos com terapia endócrina adjuvante, designando-as aleatoriamente para receber anastrozol (inibidor da aromatase) por mais 2 ou 5 anos adicionais, ou seja, totalizando 7 ou 10 anos de terapia endócrina adjuvante. O desfecho primário foi a sobrevida livre de doença. A análise primária incluiu todas as pacientes que ainda estavam participando do estudo e que não tiveram recorrência 2 anos após a randomização (isto é, quando o tratamento no grupo de 2 anos havia terminado). Os desfechos secundários envolveram sobrevida global (SG), surgimento de câncer de mama contralateral, diagnóstico de um segundo tumor primário e fratura óssea clínica.
Entre as 3.484 mulheres inscritas, 3208 permaneceram no estudo sem progressão da doença após os primeiros 2 anos de tratamento estendido com anastrozol. Entre essas pacientes, a progressão da doença ou morte ocorreu em 335 mulheres em cada grupo de tratamento no conjunto de análise primária aos 8 anos (73,6 % no grupo de 2 anos e 73,9% no de 5 anos; HR 0,99; IC 95% 0,85 – 1,15; p = 0,90). Um resultado semelhante foi obtido após o ajuste para os potenciais fatores de confusão (HR 1,00; IC 95% 0,86 – 1,16). A taxa de risco para câncer de mama contralateral foi 1,15 (IC 95% 0,75 – 1,77) e a taxa de risco para um segundo tumor primário foi 1,06 (IC 95% 0,81 – 1,38). As análises de subgrupo não indicaram qualquer diferença de benefício entre os braços de tratamento.
Ressalta-se o risco de fratura óssea clínica em 5 anos após a randomização, que foi menor no grupo de 2 anos versus 5 anos (4,7% vs 6,3%; HR 1,35; IC 95%, 1,00 – 1,84). A diferença no risco de fratura ocorreu apesar do uso de medicamentos direcionados aos ossos em ambos os grupos.
Os pesquisadores concluem que, em mulheres na pós-menopausa com câncer de mama receptor hormonal positivo as quais receberam 5 anos de terapia endócrina adjuvante, a extensão do uso de terapia adjuvante com inibidor de aromatase por 2 anos em vez de 5 anos foi suficiente para maximizar os benefícios na maioria das pacientes, sem estender a exposição aos efeitos tóxicos.
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