Prof. Dr. Fernando Soares, Diretor Médico de Anatomia Patológica da Rede D’Or e Professor Titular de Patologia da Universidade de São Paulo, comenta em vídeo aspectos interessantes relativos a esse contexto
A oncologia molecular é um segmento da oncologia que cresce vertiginosamente, é base para pesquisa e desenvolvimento e permite uma mudança substancial no cenário do paciente com câncer. Dois métodos são bem conhecidos no âmbito da avaliação genética. O método de sequenciamento de nova geração, do inglês NGS, é um método de sequenciamento de material genético automatizado, paralelo e de alto rendimento, usado para avaliar a presença de mutações que possam apresentar repercussão clínica e implicações terapêuticas importantes.
A técnica NGS pode trazer várias informações ao médico: desde mutações patogênicas, assim como mutações de significância clínica ainda desconhecidas, porém que futuramente, podem se tornar alvo para drogas, ou serem potenciais sinalizadores de prognóstico.
No mesmo cenário, temos o método da reação em cadeia polimerase, do inglês PCR, no qual são utilizadas enzimas para amplificar sequências de material genético. Já conhecido e amplamente difundido, esse método, ainda que mais limitado, apresenta importantes aplicações clínicas no aconselhamento genético. Há também os testes de hibridização in situ, em particular o FISH, que podem ser úteis para a avaliação cromossômica.
Comparando os dois métodos, o NGS é um método de cobertura mais ampla, que permite descoberta de novas variantes e avaliação de um número maior destas. Por outro lado, o PCR se apresenta como um método mais sensível, acessível, rápido, de menor custo. Entretanto, o PCR detecta apenas mutações já previamente conhecidas, e quando comparado com o NGS, o PCR perde a chance de encontrar outras mutações patogênicas, como mostram dados previamente publicados. Olhando para o gene EGFR, nas mutações de inserção do exon 20, observou-se que o PCR não detecta aproximadamente 50% desses casos, em comparação direta com o NGS.
A escolha entre cada um dos métodos deve, portanto, levar em consideração o objetivo almejado com o exame e cenário no qual o profissional de saúde se insere. Os fatores como a urgência, se a cobertura é suficiente para o locus a ser avaliado, o custo do exame, a capacidade da equipe de interpretar os resultados, a dificuldade de coleta dos tecidos para amostra. De modo geral, prefere-se o NGS sempre que disponível, optando pelo PCR nos casos de mutações especificas e particularidades do quadro.
Referências:
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