A combinação de quimioterapia e imunoterapia no manejo do paciente com câncer de pulmão de células pequenas doença extensa é padrão de tratamento atualmente. Os dados de atualização apresentados no Congresso reforçam essa estratégia
Durante o Congresso Anual da ESMO 2021, foram apresentados os dados atualizados de sobrevida global (SG) do CASPIAN (NCT03043872), um estudo de fase III, randomizado, aberto, multicêntrico e global que avalia a eficácia e a segurança da combinação de durvalumabe ± tremelimumabe com quimioterapia à base de platina (etoposídeo + cisplatina [EP]) seguida de manutenção com durvalumabe ± tremelimumabe versus EP como tratamento de primeira linha em pacientes com câncer de pulmão de células pequenas (CPPC) com doença extensa.
Dados anteriores demonstraram que durvalumabe + EP obtiveram melhora estatisticamente significativa em SG versus EP sozinha (corte de dados em 11 de março de 2019; HR 0,73 [IC 95% 0,59-0,91; p = 0,0047]). Em uma análise subsequente após um acompanhamento médio de 25,1 meses, o benefício de SG com durvalumabe + EP versus EP foi mantido (HR 0,75 [IC 95% 0,62-0,91; p = 0,0032]), porém durvalumabe + tremelimumabe + EP não atingiu significância estatística (p ≤ 0,0418). Durante a mini sessão oral do Congresso, foram relatados os mais recentes dados de SG após um acompanhamento de mais de 3 anos, o mais longo relatado até o momento.
Pacientes com CPPC doença extensa, virgens de tratamento, foram randomizados 1:1:1 para: (1) 268 pacientes receberam durvalumabe 1500 mg + EP a cada 3 semanas por 4 ciclos, seguidos de manutenção D 1500 mg a cada 4 semanas; (2) 268 pacientes receberam durvalumabe 1500 mg + tremelimumabe 75 mg + EP a cada 3 semanas por 4 ciclos, seguidos de manutenção D 1500 mg a cada 4 semanas; e (3) 269 pacientes receberam EP a cada 3 semanas até 6 ciclos.
Os dois desfechos primários foram SG para durvalumabe + EP versus EP e para durvalumabe + tremelimumabe + EP versus EP. Eventos adversos graves (EAGs) foram avaliados durante o acompanhamento de longo prazo.
Resultados
Na data de corte de 27 de março de 2021, o acompanhamento médio foi de 39,4 meses, com 86% de maturidade. Durvalumabe + EP continuou demonstrando melhor SG em comparação a EP (12,9 versus 10,5 meses; HR 0,71; IC 95% 0,60-0,86; p = 0,0003), sendo que 22,9% versus 13,9% dos pacientes estavam vivos aos 24 meses; e 17,6% versus 5,8% estavam vivos aos 36 meses com durvalumabe + EP versus EP, respectivamente.
Para o grupo durvalumabe + tremelimumabe + EP versus EP, a SG continuou maior numericamente (HR 0,81; IC 95% 0,67–0,97; p = 0,02); A SG mediana foi de 10,4 meses, sendo que 15,3% dos pacientes estavam vivos em 36 meses. 46 permaneceram em tratamento com durvalumabe na data de corte (27 no braço durvalumabe + EP e 19 no braço durvalumabe + tremelimumabe + EP). Nos braços durvalumabe + EP, durvalumabe + tremelimumabe + EP e EP, respectivamente, as incidências de EAGs (todas as causas) foram de 32,5%, 47,4% e 36,5%; e EAs que levam à morte (todas as causas) foram 5,3%, 10,9% e 6,0%.
Os autores concluem que durvalumabe + EP demonstrou benefício sustentado de SG versus EP com um perfil de segurança bem tolerado após > 3 anos de acompanhamento, consistente com as análises anteriores, estabelecendo durvalumabe + EP como padrão de tratamento na primeira linha do CPPC doença extensa.
Referências:
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Redatora: Bruna Marchetti
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