DNA tumoral circulante para a classificação de linfomas do sistema nervoso central - Oncologia Brasil

DNA tumoral circulante para a classificação de linfomas do sistema nervoso central

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ctDNA é um potencial biomarcador para estratificação de risco, predição de desfecho clínico e classificação de LSNC que não necessitam de biópsias cirúrgicas invasivas, tornando-o um potencial instrumento para tomada de decisão

Durante o 63º ASH Annual Meeting & Exposition foi apresentado um estudo que analisou o papel do DNA tumoral circulante (ctDNA) para classificação de linfomas do sistema nervoso central (LSNC), detecção de doença residual mínima (DRM) e valor preditivo para desfechos clínicos em pacientes com LSNC.  

Os pesquisadores utilizaram métodos como o Cancer Personalized Profiling by Deep Sequencing (CAPP-Seq) e o Phased Variant Enrichment and Detection Sequencing (PhasED-Seq) para avaliar 85 biópsias tumorais, 131 amostras de plasma e 62 amostras de líquor de um total de 136 pacientes (92 com LSNC e 44 com outros cânceres cerebrais ou doenças inflamatórias cerebrais), visando a 794 regiões genéticas distintas.  

Resultados:  

Foram identificadas aberrações genéticas em 100% das biópsias tumorais de LSNC (n = 63), com média de 262 mutações por paciente. O ctDNA pré-tratamento foi detectável em 78% das amostras de plasma e em 100% das amostras de líquor, com concentrações de frequência alélica (FA) de ctDNA variando de 0,0004 – 5,94% (mediana: 0,01%) no plasma e de 0,0049 – 50,47% (mediana: 0,62%) no líquor.  

Em comparação às concentrações de ctDNA em pacientes com Linfoma Difuso de Grandes Células B, os níveis de ctDNA no LSNC estavam aproximadamente 200 vezes mais baixos. Observou-se correlação significativa das concentrações de ctDNA com os volumes tumorais medidos por ressonância magnética, mas nenhuma associação com os escores de risco clínico (ou seja, MSKCC) ou tratamento com corticoides concomitantes.  

O ctDNA pré-tratamento foi preditor para as sobrevidas livre de progressão (SLP) e global (SG), ambas como variáveis contínuas e binárias. Possibilitou-se, inclusive, estratificar os pacientes em grupos de risco com prognósticos favoráveis ​​ou desfavoráveis, combinando o ctDNA e os volumes tumorais medidos por ressonância magnética como biomarcadores pré-tratamento. Além disso, a positividade do ctDNA durante a terapia de indução com intenção curativa foi significativamente associada a piores desfechos clínicos, tanto SLP quanto SG.  

Os pesquisadores também observaram alta especificidade (100%) e valor preditivo positivo (100%) para o diagnóstico não invasivo de LSNC, com sensibilidade de 57% para líquor e 21% para plasma, sugerindo que um subconjunto significativo de pacientes com LSNC pode omitir biópsias cirúrgicas invasivas.  

Portanto, os autores concluem que houve a detecção robusta e ultrassensível de ctDNA em vários estágios do LSNC. Os resultados sugerem que o ctDNA reflete com precisão a carga tumoral e serve como um valioso biomarcador para estratificação de risco, predição de desfecho clínico e classificação de LSNC que não necessitam de biópsias cirúrgicas invasivas, tornando o ctDNA um potencial instrumento de tomada de decisão para orientar o tratamento nesses pacientes.  

 

Fonte: Mutter JK, et al. The 63rd ASH Annual Meeting and Exposition. Abstract 6.

 Referências:
1. Mutter JK, et al. Profiling of Circulating Tumor DNA for Noninvasive Disease Detection, Risk Stratification, and MRD Monitoring in Patients with CNS Lymphoma. The 63rd ASH Annual Meeting and Exposition. Abstract 6. 2021.
 

– Demais fontes 

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