ALLELE: tabelecleucel para pacientes com doença linfoproliferativa pós transplante relacionada ao vírus Epstein-Barr - Oncologia Brasil

ALLELE: tabelecleucel para pacientes com doença linfoproliferativa pós transplante relacionada ao vírus Epstein-Barr

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Análise interina de eficácia e de segurança do estudo de fase III ALLELE com tabelecleucel após falha a tratamento com rituximabe +/- quimioterapia em pacientes com doença linfoproliferativa EBVrelacionada após transplante de órgãos sólidos ou transplante hematopoiético alogênico demonstrou resultados promissores de sobrevida global e de taxa de resposta objetiva

Tabelecleucel é uma imunoterapia alogênica de células T específica para o vírus Epstein-Barr (EBV) estudada em pacientes com condições sérias associadas ao EBV, incluindo a doença linfoproliferativa pós transplante relacionada ao EBV (EBV+PTLD). A mediana de sobrevida global (SG) após falha do tratamento com rituximabe é curta e fica em torno de 1.7 meses em EBV+PTLD após transplante de células tronco hematopoiéticas (TCH) e aproximadamente 3 meses em casos de EBV+PTLD após transplante de órgãos sólidos (TOS). 

 O benefício clínico do tabelecleucel foi avaliado em duas coortes: (1) pacientes com EBV+PTLD após TOS que progrediram ao tratamento com rituximabe +/- quimioterapia (qt) (n=33) e (2) pacientes com EBV+PTLD após TCH que falharam com tratamento com rituximabe em monoterapia (n=33). Tabelecleucel foi administrado na dose de 2×106 células/kg nos dias 1, 8 e 15 seguido de observação em cada ciclo com duração do ciclo de 35 dias. Resposta por avaliações clínica e radiológicas (PET/TC) foram realizadas pelo investigador e por uma comissão independente pela Classificação de Lugano com a modificação LYRIC. Os desfechos-chave de eficácia incluíram taxa de resposta objetiva (TRO), duração de resposta (DR), tempo para resposta (TPR) e SG. Após término ou descontinuação do tratamento, pacientes foram avaliados a cada 3 meses por até 24 meses e então a cada 6 meses até 5 anos.  

Resultados:  

Em maio de 2021, 38 pacientes (24 TOS e 14 TCH) estavam disponíveis para avaliações de resposta por uma comissão oncológica independente, sendo seguidos por 6 meses. Pacientes de TOS e TCH receberam uma mediana de 2 (1-6) e 3 (1-5) ciclos de tabelecleucel respectivamente. TRO foi de 50.0% (19/38, 95% CI: 33.4, 66.6) na população total, 50.0% (12/24, 95% CI: 29.1, 70.9) em TOS e 50.0% (7/14, 95% CI: 23.0, 77.0) em TCH com taxas de respostas completas (n=5, TOS; n=5, TCH) ou respostas parciais (n=7, TOS; n=2, TCH). A mediana de TPR foi de 1.1 meses (0.7-4.7), 11 de 19 respondedores tiveram DDR por mais de 6 meses com mediana de DRR não atingida. A mediana de SG foi de 18.4 (95% CI: 6.9, NE) meses para toda população, 16.4 (95% CI: 3.5, NE) meses para TOS e não atingida para TCH. A taxa de SG em 1 ano foi de 61.1% (95% CI: 42.9, 75.0) total, 57.4% (95% CI: 35.2, 74.5) para TOS e 66.8% (95% CI: 32.4, 86.6) for TCH. Os pacientes respondedores (NE [95% CI: 16.4, NE]) tiveram maior SG comparado aos não respondedores (5.7 [95% CI: 1.8, 12.1]). 

Os eventos adversos sérios foram relatados em 62.5% no grupo de TOS e 57.1% no TCH. Eventos adversos fatais foram descritos em 16.7% dos TOS e em 7.1% do TCH; nenhum evento destes foi relacionado ao tratamento. Tabelecleucel foi bem tolerado em geral e sem relato de doença enxerto versus hospedeiro, rejeição de órgãos, infusões reacionais ou síndrome de liberação de citocinas.  

Conclusão:  

Essa análise interina mostrou, pela primeira vez, resultados clínicos significativos e promissores em relação à SG e TRO neste cenário clínico de ausência de tratamentos aprovados e desfechos clínicos limitados. Tabelecleucel, uma terapia celular alogênica, foi bem tolerada e sem evidência de preocupações de segurança tipicamente observadas em terapias celulares com receptores quiméricos para antígenos autólogos.   

Referências: ** 

  1. 301 Multicenter, Open-Label, Phase 3 Study of Tabelecleucel for Solid Organ or Allogeneic Hematopoietic Cell Transplant Recipients with Epstein–Barr Virus-Driven Post Transplant Lymphoproliferative Disease after Failure of Rituximab or Rituximab and Chemotherapy (ALLELE) https://ash.confex.com/ash/2021/webprogram/Paper147274.html

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