Neste vídeo, Dr. Otavio Baiochi, Médico Hematologista e Coordenador do Centro de Linfomas e Leucemias do HAOC, comenta sobre um estudo de fase 4, que avaliou o uso do inotuzumabe ozogamicina para pacientes com leucemia linfoide aguda recidivada ou refratária
O inotuzumabe ozogamicina (InO) é um anticorpo anti-CD22 conjugado a droga, já aprovado pelo FDA e ANVISA para leucemia linfoide aguda recidivada/refratária (LLA R/R). A dose inicial aprovada é de 1,8 mg/m2/ciclo em 3 doses divididas. Os pacientes que receberam esta dose de InO no estudo de fase 3 do INO-VATE tiveram uma taxa maior de remissão e foram mais propensos a prosseguir para o transplante de células hematopoiéticas (TCH) do que aqueles no braço de quimioterapia. No entanto, em comparação com os pacientes que receberam quimioterapia, os pacientes que receberam InO eram mais propensos a experimentar a síndrome de obstrução sinusoidal hepática pós-TCH (SOS, ou doença veno-oclusiva hepática). Não se sabe se uma dose mais baixa de InO melhoraria a segurança e reduziria a probabilidade de SOS pós- TCH e se isso teria impacto na eficácia. Este estudo de fase 4 (NCT03677596) é um requisito de pós-comercialização da FDA e visa avaliar a eficácia e segurança de dois níveis de dose de InO em adultos com LLA R/R que são elegíveis para TCH e que têm um risco maior de SOS pós-TCH.
Este é um estudo aberto de fase 4, que está em andamento, e envolverá aproximadamente 102 pacientes com LLA R/R que são elegíveis para TCH e que têm um risco maior de SOS pós-TCH. A fase de run-in foi a primeira fase deste estudo, e seguiu um desenho do tipo Simon de dois estágios, onde 22 pacientes (7 no estágio 1 e 15 no estágio 2) receberam uma dose inicial de 1,2 mg/m2/ciclo em 3 doses. Para prosseguir para a fase randomizada, esta dose de InO precisa mostrar eficácia aceitável na fase de execução, o que significa que a taxa de remissão completa (CR)/CR com recuperação hematológica incompleta (CRi) precisa ser ≥3/7 no estágio 1 e ≥10/22 no final do estágio 2, com negatividade de doença residual mínima (DRM) ≥7/22. Na fase randomizada, aproximadamente 80 pacientes serão randomizados para receber InO na dose inicial mais baixa (1,2 mg/m2/ciclo) ou na dose atualmente aprovada (1,8 mg/m2/ciclo). Os pacientes estão sendo acompanhados quanto à sobrevida global, estado da doença, tratamentos subsequentes e eventos adversos (EAs) por ≥2 anos após a randomização. Esta análise intermediária relata a eficácia e segurança de InO no nível de dose mais baixo, com base nos dados da fase de run-in deste estudo, até 30 de julho de 2020.
Com uma dose inicial de 1,2 mg/m2/ciclo, InO mostrou eficácia aceitável, com metade dos pacientes alcançando remissão e mais de 70% daqueles em remissão sendo DRM negativo. Nenhum novo sinal de segurança foi identificado e dois pacientes tiveram SOS pós-TCH. Este estudo de fase 4 está, portanto, prosseguindo para a fase randomizada, com 69 pacientes randomizados em julho de 2021.
No vídeo, Dr. Otavio Baiochi faz um apanhado geral dos dados do estudo. Vale a pena assistir e conferir o conteúdo completo!
Referências:
1208 – Muhit Özcan et al., The Efficacy and Safety of Low-Dose Inotuzumab Ozogamicin in Patients with Relapsed or Refractory Acute Lymphoblastic Leukemia: Interim Results of a Phase 4 Study. Presented at ASH annual meeting.
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