Hiper progressão em tumores sólidos tratados com imunoterapia - Oncologia Brasil

Hiper progressão em tumores sólidos tratados com imunoterapia

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Estudo de coorte prospectivo, apresentado na Reunião Anual do AACR 2022, objetivou investigar o panorama da hiper progressão de doença após tratamento de diversos tumores sólidos com imunoterapia, e o seu valor prognóstico

Os inibidores de checkpoint imune revolucionaram o prognóstico de vários tipos de tumores e são amplamente eficazes na prática clínica. Entretanto, em um grupo pequeno de pacientes, eles podem acelerar a progressão tumoral – um fenômeno denominado hiper progressão de doença, e ainda é desafiador definir quando isso ocorre. Tendo esse contexto em vista, esse estudo buscou traçar um panorama desse evento para melhor delimitar o impacto no prognóstico do paciente. 

Esse é um estudo de coorte é multicêntrico, prospectivo e elegeu pacientes com tumores sólidos irressecáveis ou metastáticos. A resposta tumoral foi medida por meio do RECIST 1.1. A hiper progressão de doença (HPD) foi medida por meio de três critérios: a) cinética de crescimento tumoral; b) crescimento maior de 10mm e c) aumento de mais de 50% da lesão alvo. A capacidade discriminatória destas três definições em termos de sobrevida global foi avaliada por ter testes estatísticos. 

Foram incluídos 427 pacientes, sendo 22 com câncer de cabeça e pescoço, 173 com câncer de pulmão, 8 com câncer de mama, 99 com tumores no trato gastrointestinal, 57 com tumores hepatobiliares, 56 com neoplasias geniturinárias, 5 com melanoma e 7 com outros tipos.  

De acordo com as definições para avaliar a hiper progressão de doença, a incidência pelo critério A foi de 4,9%, B=14,8% e C= 11,5%. A incidência de hiper progressão de doença foi baixa nos casos de câncer de pulmão não pequenas células, quando comparado com outros tipos de tumores (10,1%-21,5% no câncer esofagogástrico, 3,9%-21,6% no câncer de pâncreas hepatobiliar e 5,5%- 22,5% em câncer geniturinário). A sobrevida global foi pior em pacientes que experenciaram hiper progressão de doença, que variou entre 4,8 e 4,9 meses, de acordo com qualquer um dos três critérios de classificação utilizados. Após o ajuste de análise multivariada para tipos de câncer, tipos de imunoterapias e o número de terapias oncológicas anteriores, cada definição permaneceu um fator significativo para SG (P <0,001, respectivamente).  

A incidência de hiper progressão de doença varia conforme a definição utilizada e o tipo de câncer. A utilização do critério baseado no RECIST 1.1 de crescimento maior que 10mm mostrou predição de prognóstico e sobrevida global adequados e similares aos demais critérios, sendo conveniente e prático para medir as taxas de hiper progressão no cotidiano clínico.  

Referências: 

  1. Jwa Hoon Kim et al., Hyperprogression in various solid cancers treated with immune checkpoint inhibitors in the real world. https://www.abstractsonline.com/pp8/#!/10517/presentation/18471.

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