O emprego de um biomarker screening, baseado na baixa contagem de células tumorais Ki67+, ofereceu tratamento sem radioterapia à pacientes com câncer de mama Luminal A de baixo grau sem comprometer as ótimas taxas de sobrevida e baixa chance de recorrência
Tumores de mama de baixo grau compreendem tumores de baixo crescimento e baixa capacidade de metástase quando comparados aos de alto risco. Desses tumores localizados, mais de 90% possuem taxa de sobrevida acima de 5 anos. Atualmente, o esquema de tratamento padrão compreende a remoção tumoral conservadora, acompanhada de terapia endócrina, responsável por garantir o bloqueio ou manutenção dos baixos níveis de estrogênio. Adicionalmente, essas pacientes também realizam radioterapia, o que agrega custo ao tratamento além de aumentar o risco de toxicidades tardias.
Diante disso, o estudo LUMINA, um clinical trial fase III de braço único e prospectivo que incluiu 500 pacientes acima dos 55 anos, diagnosticadas com câncer de mama Luminal A com contagem de células tumoral Ki67+ menos que 13,25% e com linfonodo negativo. O objetivo principal desse estudo foi utilizar um biomarker screening (Ki67) em pacientes com câncer de mama luminal A no intuito de se evitar a radioterapia.
As pacientes foram submetidas à cirurgia conservadora para retirada do tumor e receberam em seguida apenas terapia endócrina, sem indicação de radioterapia. Foram acompanhadas de 6 em 6 meses nos primeiros 2 anos e em seguida anualmente. Após mediana de follow-up de cinco anos, a mediana de idade foi de 67 anos, com 88% das pacientes acima dos 75 anos.
Os resultados demonstram uma chance de recorrência local de 2,3%, taxa de sobrevida livre de recorrência de 97,3%, sobrevida livre de doença de 89,9% e uma sobrevida global de 97,2%, além de uma chance de desenvolver câncer de mama contralateral de 1,9%.
Esses resultados sustentam a proposta de que o screening baseado na baixa contagem de células tumorais Ki67+ (≤13,25%) permite triagem de pacientes com câncer de mama Luminal A que não necessitam de radioterapia e que ainda assim cursam sem recorrência ao longo de 5 anos de tratamento, o que reduz custos e toxicidades relacionadas à radioterapia. O estudo LUMINA segue em andamento para avaliação, após 10 anos, da sobrevida e recorrência a longo prazo.
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