Importância do início rápido de tratamento em câncer de pulmão de pequenas células - Oncologia Brasil

Importância do início rápido de tratamento em câncer de pulmão de pequenas células

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Neste vídeo, Dr. Helano Freitas, oncologista clínico do grupo A. C. Camargo Cancer Center, fala sobre as alternativas terapêuticas para pacientes diagnosticados com câncer de pulmão de pequenas células, abordando os importantes resultados atingidos com o uso de imunoterapia 

 

O câncer de pulmão de pequenas células representa 12-13% dos tumores desse órgão, fazendo parte das neoplasias neuroendócrinas de alto grau. Em torno de 70%, os pacientes já são diagnosticados em cenário metastático, demandando um rápido início de tratamento. Em 5% dos casos, a apresentação clínica se dá como nódulos pequenos localizados e assintomáticos em exames de imagem ou após ressecção cirúrgica e, a despeito da falta de estudos randomizados nesse cenário específico, o emprego de terapia sistêmica adicional é necessária. Uma outra parcela (25%) dos pacientes é diagnosticada com doença localmente avançada e que pode ser englobada em um campo de radioterapia, sendo então indicado tratamento concomitante com quimioterapia e radioterapia. Na maioria dos casos (70%), os pacientes se apresentam com sintomas, como dispneia, perda ponderal e hemoptise, refletindo extenso acometimento local torácico e sistêmico. 

Nesse contexto, cerca de 20-40% já apresenta acometimento secundário em sistema nervoso central (SNC) em exames de imagem. Na história natural dessa doença, o risco de acometimento do SNC gira em torno de 60-80% de forma cumulativa, refletindo a importância do adequado estadiamento sistêmico com imagens de SNC (de preferência a ressonância magnética que apresenta sensibilidade superior à tomografia), tomografias de tórax, de abdome e de pelve associadas à cintilografia óssea ou mesmo o PET/CT-FDG. Na doença avançada, o tratamento sistêmico consiste na combinação de quimioterapia baseada em platina associada inibidores de check-points imunológicos. 

Desta forma, dois estudos randomizados de fase III mostraram aumento da mediana de sobrevida global (mSG) com a adição de atezolizumabe (Impower133) ou do durvalumabe (CASPIAN) ao backbone de platina. A despeito do ganho discreto de sobrevida global, há consistência de resultados entre os dois estudos, com a separação das curvas de mSG a partir de 5-6 meses, mantendo esse benefício a longo prazo. O acréscimo da imunoterapia refletiu em aumento da expectativa de vida em 5 anos para 20-22%. Em análises históricas, se demonstrou que pacientes com doença controlada em 2 anos apresentam alta chance de estarem vivos em 5 anos (68%). 

Assim, ao atingir um maior número de pacientes com doença controlada nesse período de segmento, acredita-se que haverá maior impacto de sobrevida futuramente com a combinação de quimioterapia com imunoterapia. Entretanto, uma boa parcela de pacientes ainda não se beneficia dessa combinação, sendo necessário o desenvolvimento de novas terapias.   

 

Referências:

  1. Horn L, et al. First-Line Atezolizumab plus Chemotherapy in Extensive-Stage Small-Cell Lung Cancer. N Engl J Med 2018; 379:2220-2229.
  2. Paz-Ares L, el a. Durvalumab plus platinum-etoposide versus platinum-etoposide in first-line treatment of extensive-stage small-cell lung cancer (CASPIAN): a randomised, controlled, open-label, phase 3 trial. Lancet. 2019 Nov 23;394(10212):1929-1939.

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