Neste vídeo, Dr. Pedro de Marchi, oncologista clínico do Grupo Oncoclínicas do Rio de Janeiro, comenta os tratamentos disponíveis aos pacientes com câncer de pulmão não pequenas células (CPNPC) com mutação no gene EGFR (EGFR+), que apresentaram progressão de doença após exposição prévia à terapia alvo
Sabe-se que o osimertinibe, um inibidor de tirosina quinase de 3ª geração anti-EGFR (TKI-EGFR), é o tratamento de primeira linha aos pacientes com CPNPC EGFR+ metastático, após demonstrar superioridade em sobrevida global (SG) em comparação a outros inibidores de primeira geração (gefitinibe ou erlotinibe) segundo os dados do estudo FLAURA (NCT02296125), com mediana de SG de 38,6 meses versus 31,8 meses, respectivamente (HR 0,80; IC 95,05% 0,64-1,00; P = 0,046).
Uma alternativa, também em primeira linha, seria a combinação de um inibidor de EGFR de primeira geração e um anti-VEGFR, aos moldes do estudo NEJ026 (UMIN000017069), um estudo de fase III, randomizado e aberto, que demonstrou ganho de sobrevida livre de progressão (SLP) para bevacizumabe mais erlotinibe em comparação a erlotinibe sozinho em pacientes com CPNPC EGFR+ metastático. Entretanto, não houve diferença de SG entre os grupos (mediana de 50,7 meses versus 46,2 meses; HR 1,00; IC 95%, 0,68 a 1,48).
Apesar dos inibidores de correceptores imunes (ICI) terem revolucionado o tratamento dos tumores sólidos, beneficiando especialmente os pacientes com CPNPC com expressão de PD-L1, o Dr. Pedro ressalta que a atividade da imunoterapia sozinha é limitada naqueles com CPNPC EGFR+, em que as taxas de sobrevida são inclusive melhores com quimioterapia sozinha.
Portanto, Dr. Pedro indica que as estratégias para tratamento dos pacientes que falharam previamente à terapia alvo seriam quimioterapia isoladamente ou a combinação de quimioterapia + imunoterapia + anti-VEGFR (atezolizumabe, bevacizumabe, carboplatina e paclitaxel [ABCP]), aos moldes do IMpower150 (NCT02366143), uma vez que este estudo incluiu pacientes com alterações genômicas em EGFR e ALK. Apesar das limitações de amostragem, uma recente análise de subgrupo avaliando pacientes EGFR+ (124 de 1202 pacientes) do IMpower150 observou uma a mediana de sobrevida global não alcançada com ABCP (34 de 400 pacientes) versus 18,7 meses com BCP (45 de 400; HR 0,61; IC 95% 0,29–1,28), tornando essa estratégia interessante aos pacientes com performance favorável para exposição à terapia quádrupla, considerando a possibilidade de maior toxicidade em relação à quimioterapia isolada.
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