Primeiro clinical trial fase 3 a avaliar a utilização de talazoparibe + enzalutamida sugere benefício clínico desse esquema terapêutico em pacientes mCRPC com perfil de toxicidade manejável
O câncer de próstata trata-se do segundo tipo tumoral mais comumente diagnosticado em homens. No entanto, ainda que incidente, mesmo com o avanço de abordagens terapêuticas, os casos metastáticos resistentes à castração seguem sendo um tipo incurável que cursa, subsequentemente, com progressão, como reflexo da reativação da via de sinalização do receptor de andrógeno. 23-27% desses pacientes mCRPC têm mutações somáticas ou germinativas em genes responsáveis por reparo ao DNA. Essas frequências sustentaram a possível utilização de inibidores de PARP nesses casos, como tentativa de melhorar a eficácia ao tratamento.
O estudo TALAPRO-2 trata-se, portanto, do primeiro clinical trial de fase III a avaliar a combinação de talazoparibe (TALA; inibidor de PARP) com enzalutamida (ENZA; inibidor do receptor de andrógeno). 402 pacientes foram randomizados em TALA (0,5mg) +ENZA e 403 no grupo PBO+ ENZA. O endpoint primário do estudo foi a sobrevida livre de progressão baseada em imagem (ibPFS) cuja mediana foi maior em TALA + ENZA vs. PBO + ENZA [não alcançada vs 21,9 meses, respectivamente; HR = 0,63; 95% CI: 0,51–0,78; p< 0.001]. Quando subgrupados por deficiência de recombinação homóloga, o tratamento com TALA ofereceu melhores medianas de ibFPS e hazard ratios independentemente do status de HRR. Demais parâmetros de eficácia igualmente favorecem o tratamento com talazoparibe, como melhor sobrevida global (mesmo com dado imaturo), melhores taxas de resposta objetiva e tempo até progressão do PSA. Com relação à segurança, 71,9% (TALA + ENZA) e 40,6% (PBO + ENZA) apresentaram toxicidades graves, no entanto em perfil manejável.
A inclusão do inibidor de PARP, talazoparibe, em associação à enzalutamida melhorou significativamente e clinicamente a sobrevida livre de progressão baseada em imagem comparativamente ao tratamento padrão (enzalutamida). Independente do status de HRR além de retardar o tempo até deterioração do status geral da qualidade de vida em perfil de segurança tolerável e clinicamente manejável.
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