Papel da doxorrubicina lipossomal peguilada no tratamento do câncer de ovário - Oncologia Brasil

Papel da doxorrubicina lipossomal peguilada no tratamento do câncer de ovário

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Dra. Mariana Scaranti, médica oncologista do Grupo Dasa, aborda o cenário atual de tratamento do câncer de ovário e detalha o papel da doxorrubicina lipossomal peguilada no tratamento da doença platina sensível e platina resistente. Confira o conteúdo no vídeo! 

 

O câncer de ovário é um tipo tumoral que geralmente não apresenta sintomas em suas fases iniciais, o que aumenta a sua letalidade, uma vez que grande parte das pacientes que desenvolvem esse tipo de tumor são diagnosticadas em estágios avançados da doença. 

Cerca de 70% das pacientes que são tratadas em primeira linha com terapias a base de platina e taxano acabam apresentando recidiva da doença, com isso, torna-se necessário expor essas pacientes a novos regimes e estratégias de tratamento. Para que o manejo dessa paciente e a escolha do regime de tratamento seja realizado de forma efetiva, é necessário diferenciar pacientes que são sensíveis a terapias a base de platina daquelas que apresentam resistência a esse tipo de terapia, uma vez que as estratégias de tratamento adotadas são distintas para ambos os grupos.  

Tendo isso em vista, o estudo AGO-OVAR 2.21, um estudo multicêntrico, randomizado e de fase 3, incluiu pacientes que apresentaram recidiva da doença após quimioterapia à base de platina em um intervalo maior que 6 meses após a última exposição, o que caracteriza pacientes sensíveis a platina. O objetivo do estudo foi comparar dois regimes de quimioterapia em pacientes que apresentaram sensibilidade a platina. As pacientes foram randomizadas 1:1 nos braços bevacizumabe + carboplatina + doxorrubicina lipossomal peguilada (braço experimental) versus bevacizumabe + carboplatina + gemcitabina (braço padrão). O endpoint primário do estudo foi sobrevida livre de progressão (SLP), no braço experimental a mediana de SLP foi de 13,3 (95% CI 11.7–14.2) versus 11,6 meses (11.0–12.7) no braço padrão (hazard ratio 0.81, 95% CI 0.68–0.96; p=0.012), além do aumento de SLP foi visto também ganho de sobrevida global (SG) no braço experimental.  

No cenário platina resistente, onde as pacientes apresentam progressão da doença em menos de 6 meses após a última exposição a terapia baseada em platina, o estudo AURELIA, um estudo randomizado de fase 3, avaliou o uso de agentes quimioterápicos (topotecano, doxorrubicina lipossomal ou paclitaxel) em monoterapia ou combinados a bevacizumabe. O endpoint primário do estudo foi SLP. No braço de combinação de bevacizumabe + agente quimioterápico a SLP foi de 6,7 meses versus 3,4 meses no braço tratado apenas com agente quimioterápico (hazard ratio 0.48, 95% CI, 0.38 – 0.60).  Neste estudo, a doxorrubicina lipossomal se destaca ao demonstrar que a sua combinação a bevacizumabe está menos relacionada a neuropatia periférica, condição vista com maior frequência nas combinações avaliadas no estudo.  

No vídeo, Dra. Mariana comenta de forma detalhada os dados dos estudos que embasam a doxorrubicina lipossomal peguilada como uma opção de tratamento válida e segura, tanto no cenário platina sensível como na doença platina resistente. Vale a pena conferir o conteúdo completo! 

 

Referências: 

Pfisterer, Jacobus, et al. “Bevacizumab and platinum-based combinations for recurrent ovarian cancer: a randomised, open-label, phase 3 trial.” The Lancet Oncology 21.5 (2020): 699-709. 

Pujade-Lauraine, Eric, et al. “Bevacizumab combined with chemotherapy for platinum-resistant recurrent ovarian cancer: the AURELIA open-label randomized phase III trial.” Obstetrical & Gynecological Survey 69.7 (2014): 402-404. 

 

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