Avaliação da sobrevida livre de eventos em pacientes com melanoma estágio III ou IV que receberam pembrolizumabe em regime neoadjuvante-adjuvante ou apenas adjuvante
O uso de imunoterápicos como anti-PD-1 vem ganhando cada vez mais destaque para o tratamento do melanoma, principalmente em estágios mais avançados. Contudo, ainda não se sabe se o regime de administração de pembrolizumabe poderia trazer mais benefícios para pacientes com melanoma ressecável estágio III ou IV se administrado antes e após a cirurgia (terapia neoadjuvante-adjuvante) em relação a apenas terapia adjuvante.
Para a avaliação de maior sobrevida livre de eventos entre os regimes de tratamento, esse estudo de fase II incluiu de forma randomizado pacientes clinicamente detectáveis para melanoma com estadiamento IIIB ou IVC passíveis de ressecção cirúrgica. Assim, os pacientes do braço neoadjuvante-adjuvante receberam 3 doses de pembrolizumabe, seguidos por cirurgia e 15 doses de pembrolizumabe enquanto o braço adjuvante recebeu pembrolizumabe (200mg intravenoso a cada 3 semanas, para um total de 18 doses) por aproximadamente 1 ano ou até recorrência da doença ou desenvolvimento de toxicidade.
O desfecho primário do estudo foi a avaliação da sobrevida livre de eventos na intenção de tratamento da população. Os eventos foram definidos como progressão da doença ou toxicidade capazes de impedir a cirurgia, incapacidade de ressecção completa, progressão da doença, complicações cirúrgicas ou toxicidade do tratamento que impediram o início da terapia adjuvante no período de 84 dias após a cirurgia, recorrência do melanoma após a cirurgia ou morte por causa geral. A segurança do tratamento também foi avaliada.
Os pacientes foram acompanhados por 14.7 meses (mediana) e o grupo neoadjuvante-adjuvante (154 pacientes) apresentou maior sobrevida livre de eventos comparada ao grupo de apenas tratamento adjuvante (159 pacientes) (p=0.004, teste log-rank). Em uma posterior análise de sobrevida livre de eventos de 2 anos, esse mesmo grupo obteve 72% da taxa de sobrevida (95% CI, 64 – 80), enquanto o grupo de apenas tratamento adjuvante obteve 49% de sobrevida livre de eventos (95% CI, 41 – 59).
Em relação aos eventos adversos apresentados pelos pacientes, a porcentagem de pacientes com eventos grau 3 ou mais foi de 12% no braço neoadjuvante-adjuvante e 14% no braço apenas adjuvante.
Dessa forma, é possível observar que pacientes com melanoma ressecável em estágio III ou IV que receberam o tratamento no regime neoadjuvante – adjuvante apresentaram maior sobrevida livre de eventos, quando comparados aos pacientes que receberam apenas terapia adjuvante. Também foi possível concluir que nenhuma toxicidade relacionada ao tratamento foi identificada.
Referência:
Patel S. et al. Neoadjuvant-Adjuvant or Adjuvant-only Pembrolizumab in Advanced Melanoma. N Engl J Med 388, 2023. 388(9), 813–823.
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