ND227: estudo da combinação de cisplatina/pemetrexede (CP) e pembrolizumabe (pembro) no tratamento de pacientes com mesotelioma pleural maligno (MP) - Oncologia Brasil

ND227: estudo da combinação de cisplatina/pemetrexede (CP) e pembrolizumabe (pembro) no tratamento de pacientes com mesotelioma pleural maligno (MP)

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A adição de pembrolizumabe ao tratamento com cisplatina e pemetrexede promove o aumento da sobrevida média global e apresenta tolerância aceitável em pacientes com mesotelioma pleural maligno sem possibilidade de ressecção cirúrgica 

 

Os mesoteliomas malignos são tipos raros de câncer e caracterizam-se por afetar as superfícies de mesotélio, como a pleura e o peritônio. Muitos pacientes com mesotelioma pleural (MP) maligno apresentam tumores sem possibilidade de ressecção em razão de comorbidades e/ou estágios avançados da doença. Há mais de vinte anos o tratamento de primeira linha consiste, mesmo que moderadamente eficiente, na administração de cisplatina e pemetrexede (CP), implicando em média de sobrevida global de 12 meses, melhora na qualidade de vida e toxicidade moderada.  

Nesse sentido, o objetivo do estudo clínico de fase 3, open-label e randomizado IND227 foi avaliar a sobrevida global média e a tolerância do tratamento combinado de CP a pembrolizumabe (pembro) em pacientes com PM não passíveis de ressecção cirúrgica. 

Um total de 440 pacientes com idade de 18 anos ou mais, diagnosticados com PM sem possibilidade de ressecção cirúrgica, com escala ECOG de performance no status 0-1, funções hematológicas, renais e hepáticas adequadas, sem doenças autoimunes ativas, metástases no cérebro, doença pulmonar intersticial ou outras comorbidades, foram randomizados na proporção 1:1 para receberem o tratamento com CP ou a combinação de CP e pembrolizumabe (CP+pembro). O prazo final para a análise dos resultados foi 16 de setembro de 2022, quando todos os eventos requeridos foram observados, e todos os pacientes foram incluídos nos resultados. O desfecho primário investigado foi a sobrevida média global, e a sobrevida livre de progressão, taxa de resposta, qualidade de vida e análises econômicas foram secundárias. 

Os resultados demonstraram que a sobrevida média global dos pacientes CP+pembro foi maior (17.3 meses) comparado ao grupo CP (7.16 meses) (HR 0.79 95%CI 0.64-0.98; p=0.0324). Além disso, a sobrevida livre de progressão foi de 7.13 meses no grupo CP+pembro vs 7.16 meses nos pacientes CP (HR 0.80, 95% CI 0.65-0.99, p=0.0372), e a melhor resposta geral foi observada no grupo CP+pembro (63% vs 40%, p<0.0001). A taxa de exposição ao CP foi comparável entre os pacientes, e o tratamento subsequente com quimioterapia também foi similar, com 59 pacientes do braço CP em comparação a 17 indivíduos do grupo CP+pembro recebendo imunoterapia. Observou-se que efeitos adversos de grau 3 ou superiores ocorreram em 19% dos pacientes, sendo a fadiga com maior ocorrência (5%), além de diarréia, inflamação pulmonar e problemas relacionados ao sistema imunológico, de modo que 16% dos pacientes optaram por descontinuar o tratamento com pembro. 

A partir dos dados apresentados, conclui-se que a adição de pembro ao tratamento com CP demonstrou melhora estatisticamente significativa na sobrevida média global e tolerância aceitável no tratamento de pacientes com MP sem possibilidade de ressecção. 

 

Referência: 

Chu S. Q. et al. IND227 phase III (P3) study of cisplatin/pemetrexed (CP) with or without pembrolizumab (pembro) in patients (pts) with malignant pleural mesothelioma (PM): A CCTG, NCIN, and IFCT trial. 2023 ASCO Annual Meeting (Abst LBA8505). 

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