Neste vídeo, o Dr. Fábio Nasser, oncologista clínico na Rede D’OR de Fortaleza, apresenta uma análise completa sobre os resultados do estudo ADAURA, destacando os impactos na prática clínica das atualizações apresentadas na ASCO 2023®. Acesse e confira na íntegra!
Dentre os diagnósticos de câncer de pulmão de não pequenas células (CPNPC), aproximadamente 30% são tumores ressecáveis e, no contexto pós-ressecção, o manejo do paciente usualmente segue com terapia adjuvante com quimioterapia à base de platina para tumores em estadiamento II a IIIA e, possivelmente, IB. Neste cenário, a quimioterapia reduz em apenas 16% o risco de recorrência ou morte e, no período de 5 anos, em apenas 5%, resultando em ≈45-76% de óbito dos pacientes recidivados, configurando um desafio na prática clínica na busca por terapias pós-ressecção mais eficazes em garantir ganho de sobrevida global.
O estudo clínico de fase III, ADAURA, avalia a eficácia e segurança de osimertinibe, inibidor de tirosina quinase de 3ª geração do receptor do fator de crescimento epidermal (EGFR-TKI). Além da atuação em tumores sensíveis à EGFR-TKI (CPNPC-mEGFR), este fármaco também demonstrou eficácia em mutações de resistência (EGFR T790M) e eficácia em metástases no sistema nervoso central. Análises interinas demonstraram eficácia significativa de osimertinibe, proporcionando ganho de sobrevida livre de doença (SLD) e sobrevida livre de doença em SNC (SLD SNC) que se mantiveram após 2 anos de tratamento. Na conferência anual da ASCO® em 2023, o Dr. Roy S. Herbst apresentou os resultados da análise de sobrevida global final do estudo.
Foram incluídos 682 pacientes diagnosticados com CPNPC IB-IIIA completamente ressecado e com mutação em EGFR (ex19del/L858R). Após randomização 1:1, o estudo contou com 339 pacientes no braço osimertinibe (80mg/dia) e 343 no grupo placebo. A mediana de follow-up na coorte II-IIIA foi de 59,9 meses (osimertinibe) vs. 56,2 meses (placebo) e o hazard ratio (HR) para sobrevida global (OS) foi de 0,49 (95% CI: 0,33-0,73; p=0,0004) com 21% de maturidade, tendo a taxa de SG em 5 anos de 85% vs.73%, respectivamente. A análise da coorte total (IB-IIIA), o HR da SG foi de 0,49 (95% CI: 0,34-0,70; p<0,0001) com taxa de SG em 5 anos de 88% vs. 78%, respectivamente. As medianas de SG não foram alcançadas.
O estudo ADAURA demonstrou resultados sem precedentes, sendo o primeiro mundialmente a apresentar benefícios significativos em relação ao ganho de sobrevida livre de doença e de sobrevida global em pacientes com CPNPC-mEGFR em estadiamentos IB-IIIA de maneira independente à quimioterapia adjuvante, além de destacar a relevância da testagem molecular para identificação de mutações nessa população.
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