O estudo de fase 3 CheckMate F7L demonstrou que a expressão elevada de PD-L1 está correlacionada com taxas mais elevadas de pCR e RCB 0–1 no câncer de mama primário ER+/HER2-.
O câncer de mama é uma das principais causas de morbidade e mortalidade relacionadas ao câncer em mulheres em todo o mundo. O subtipo mais prevalente é o câncer de mama com receptor de estrogênio positivo (ER+) e receptor de fator de crescimento epidérmico humano 2 negativo (HER2-), representando cerca de 70% de todos os casos de câncer de mama.
Resultados prévios do ensaio CheckMate 7FL (NCT04109066) demonstraram que a adição de nivolumabe à quimioterapia neoadjuvante melhorou significativamente a resposta patológica completa (pCR) e as taxas de carga residual de câncer (RCB) 0-1 em pacientes com câncer de mama primário ER+/HER2−.
Neste novo estudo, cujo objetivo foi investigar biomarcadores adicionais, 517 pacientes diagnosticados recentemente em estágios T1c–2 N1–2 ou T3–4 N0–2, e classificados como grau 2 (ER1–10%) ou grau 3 (ER ≥ 1%), foram randomizados 1:1 para receberem quimioterapia neoadjuvante + nivolumabe na dose de 360 mg a cada 3 semanas ou 240 mg a cada 2 semanas (braço A), ou quimioterapia neoadjuvante + placebo (braço B). A expressão de PD-L1 foi avaliada em biópsias centrais a partir do ensaio Dako 28-8 e utilizando o algoritmo de pontuação positiva combinada (CPS). Para explorar as variações nos níveis de expressão de PD-L1, diferentes pontos de corte foram aplicados (CPS ≥ 1, 10 e 20).
A distribuição da positividade PD-L1 foi comparável entre os braços A e B, com 52% vs. 50% tendo CPS ≥ 1, 19% vs. 16% tendo CPS ≥ 10 e 11% vs. 9% tendo CPS ≥ 20, respectivamente. O efeito do nivolumabe foi mais pronunciado em pacientes com tumores apresentando expressão aumentada de PD-L1, com taxa ∆pCR (representando a diferença de taxa não ponderada entre os braços A e B) de 16,6% no CPS ≥ 1 (40,4% vs. 23,8%; intervalo de confiança [IC]: 95%; 2,8-29,4), 32,4% no CPS ≥ 10 (65,7% vs.. 33,3%; IC: 95%; 7,3-52,3) e 52,3% no CPS ≥ 20 (78,9% vs. 26,7%; IC: 95%, 18,6-72,4), respectivamente: braços A e B. Para fins de comparação, na população com intenção de tratar modificada (mITT) houve uma diferença de 10,7% nas taxas de pCR entre os
braços A e B (24,5% vs. 13,8%, respectivamente: braços A e B; IC: 95%; 3,9-17,4). Da mesma forma, em pacientes com CPS <1, a taxa de ∆pCR foi 5,7% (14,0% vs. 8,2%, respectivemente: braços A e B; IC: 95%; -4,0-15,5). Já as diferenças de RCB 0–1 entre os braços A e B (taxa ∆RCB 0–1) demonstraram um padrão consistente: 17,0% em CPS ≥ 1, 34,4% em CPS ≥ 10 e 52,3% em CPS ≥ 20. Em comparação, a taxa de ΔRCB 0–1 foi de 9,4% na população mITT e de 3,3% em pacientes com CPS < 1.
Os dados do estudo demonstraram que o aumento da expressão de PD-L1 foi associado a taxas elevadas de pCR e RCB 0–1, o que sugere que pacientes com câncer de mama primário ER+/HER2− de alto risco e expressão positiva de PD-L1, podem atingir taxas significativas de pCR ao incorporar nivolumabe na quimioterapia neoadjuvante.
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