Osimertinibe em pacientes com câncer de pulmão de não-pequenas células IB-IIIA EGFR mutado, além de eficácia previamente comprovada, demonstrou perfil de segurança constante e atrelado à manutenção de qualidade de vida em 3 anos
Aproximadamente 30% dos cânceres de pulmão de não-pequenas células (CPNPC) apresentam-se ressecáveis, sendo assim candidatos a terapia adjuvante, até então, com quimioterapia à base de platina. Para esse regime cerca de 45-76% dos pacientes apresentam recidiva ou óbito, tornando a melhora de desfechos uma necessidade clínica não atendida. Nesse contexto, o estudo ADAURA avaliou a eficácia e segurança de Osimertinibe (inibidor de tirosina quinase do EGFR) em regime adjuvante, capaz de atuar não só em tumores EGFR-TKI sensíveis, como também em tumores com mutação de resistência e/ou em metástase em SNC.
Anteriormente, o estudo demonstrou que a administração de Osimertinibe reduziu em 51% o risco de óbito (HR = 0,49; 95%CI: 0,33-0,73). Esse resultado estabeleceu o fármaco como o primeiro EGFR-TKI aprovado para terapia adjuvante em CPNPC IB-IIIA EGFR mutado, sendo opção terapêutica recomendada pós cirurgia. Além de resultados de eficácia, a avaliação de tolerabilidade e manutenção de qualidade de vida (HRQoL) são de extrema importância, especialmente para esses pacientes que quando em adjuvância podem receber terapia por anos a fim de se evitar recorrência, sobretudo em SNC. Portanto, a atualização de 3 anos do estudo ADAURA volta-se para avaliação de segurança, tolerabilidade e qualidade de vida.
As análises basearam-se em segurança e HRQoL: Osimertinibe (n=337 e n=339) e Placebo (n=343, cada). Com relação ao tempo de exposição, a mediana de tempo foi de 35,8 meses em Osimertinibe vs. 25,1 no braço placebo. A grande maioria das toxicidades ocorreram dentro dos primeiros 12 meses de tratamento.
Analisando minuciosamente as toxicidades, tomando como parâmetros os evento adversos que levaram à redução de dose, interrupção ou descontinuação, foram reportados no grupo Osimertinibe, 12%, 27% e 13%, respectivamente, enquanto no placebo, 1%, 13% e 3%. A redução de dose ou interrupção de Osimertinibe se deu, sobretudo, em decorrência de estomatite e diarreia, ao passo que a descontinuação se deu por desenvolvimento de doença intersticial pulmonar. Não se obteve diferenças entre os braços do estudo, no que diz respeito ao tempo até a deterioração física, mental.
Conjuntamente aos resultados de eficácia previamente apresentados, os dados aqui discutidos suportam Osimertinibe em adjuvância como uma opção segura, bem tolerada e com manutenção de qualidade de vida a longo prazo no tratamento de CPNPC IB-IIIA EGFR mutado.
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