Amivantamabe subcutâneo, Q4W 3520mg (≥80 kg: 4640 mg) demonstra boa tolerância e perfil de exposição similar à dose de via intravenosa já aprovada e de referência, fortalecendo essa proposta em fases subsequente do estudo clínico
Os mecanismos de resistência terapêuticas são um dos grandes desafios da oncologia. Um exemplo é a regulação positiva da via de sinalização de EGFR que está associada a mecanismos de resistência aos inibidores de tirosina quinase (TKI)-MET e, também, a amplificação de MET que está associada à resistência aos TKI anti-EGFR. Cerca de 70% das mutações em EGFR está acompanhada da co-expressão de EGFR e MET. Assim, o amivantamabe, anticorpo biespecífico EGFR-MET administrado via subcutânea – já aprovada em tumores de pulmão de não pequenas células refratários à quimioterapia à base de platina – busca atender à essa demanda clínica de melhorar os desfechos clínicos atrelada a uma via de administração que reduz as incidência e gravidade reações infusionais comparado à via subcutânea (26% vs. 67%).
O estudo PALOMA trata-se de um estudo de fase Ib que investiga a viabilidade, segurança e farmacocinética de amivantamabe subcutâneo em diferentes tumores sólidos. Apresentado na ELCC 2024, Natasha Leighl e demais investigadores apresentam os resultados de amivantamabe subcutâneo semanalmente por 4 semanas (1600 mg [≥80 kg: 2240 mg]) seguido de Q4W (3200 mg [≥80 kg: 4320 mg).
Foram incluídos 127 pacientes, dos quais apenas 19 alcançaram a marca terapêutica (Q4W) no momento da análise apresentada. 17 pacientes (89%) apresentavam câncer de pulmão de não-pequenas células. Ao se avaliar as reações infusionais, quatro pacientes (21%) apresentaram grau 1-2, todas ocorrendo apenas após a primeira dose. Com relação aos eventos adversos, 8 pacientes (42%) apresentaram toxicidades igual ou superior ao grau 3, sendo 16% delas associadas ao tratamento (rash n=2; hipocalemia n=1). Das descontinuações, foram reportados apenas 2 casos que não apresentaram relação com o tratamento.
Do ponto de vista farmacocinético, a dose Q4W de amivantamabe apresentou uma média geométrica de 325 μg/mL para a concentração sanguínea mínima e 286612 μg.h/mL para a área sob a curva de concentração plasmática em 28 dias (672h). Comparativamente à dose intravenosa de referência, as razões geométricas médias foram de 0.92 (90% CI: 0,76–1,11) para a concentração mínima no sangue e 1,27 (90% CI: 1,18–1,36) para a área sob a curva de concentração plasmática.
Em resumo, os resultados demonstram não só a boa tolerância e segurança de amivantamabe como, também, suporta a dose Q4W de 3520mg (≥80 kg: 4640 mg) que se aproxima à exposição desse mesmo fármaco em administração intravenosa.
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