Neste estudo, os autores, destacam os resultados da segurança da terapia hormonal em mulheres em pré-menopausa com câncer endometrial em estágio clínico I, associando a segurança aos resultados a longo prazo. Os dados deste estudo foram apresentados e discutidos no 2024 ASCO® Annual Meeting (ASCO® 2024). Confira!
Com o aumento do número de mulheres jovens diagnosticadas com câncer endometrial em estágio inicial, há um interesse crescente no uso de terapia com progesterona para preservar a fertilidade dessas pacientes. No entanto, ainda faltam dados suficientes sobre a segurança e os efeitos a longo prazo desse tipo de tratamento. No presente estudo, os autores avaliaram a segurança e os resultados a longo prazo da terapia hormonal em mulheres pré-menopáusicas com câncer endometrial em estágio clínico I.
Para isso, os autores utilizaram dados do Banco Nacional de Câncer mantido pelo American College of Surgeons (ACS) em colaboração com a American Cancer Society (ACS), com a finalidade de identificar pacientes entre 18 e 49 anos com câncer endometrial endometrioide em estágio clínico I e grau 1-2, que foram diagnosticadas entre 2004 e 2020. Como tratamento primário, definiu-se a histerectomia ou terapia hormonal, com análise das tendências no uso da terapia hormonal ao longo do tempo. Além disso, para entender a relação entre a terapia hormonal e fatores demográficos, os autores desenvolveram um modelo de regressão multivariável, e depois realizaram uma comparação da sobrevivência das pacientes que receberam terapia hormonal com as pacientes submetidas a histerectomia utilizando o pareamento de escores de propensão para equilibrar os grupos.
No presente estudo, foram recrutados um total de 15.849 pacientes, incluindo 14.662 (92,5%) tratadas com histerectomia primária e 1.187 (7,5%) que receberam terapia hormonal primária. O uso de tratamento hormonal aumentou de 5,2% em 2004 para 13,8% em 2020 (p < 0,0001). Em um modelo multivariável, fatores como a idade mais jovem, ano mais recente de diagnóstico, raça não branca, menor grau tumoral e estágio mais inicial foram associados ao uso de terapia hormonal (p < 0,05 para todos). Após o balanceamento de escores de propensão, a sobrevivência de 5 anos foi de 98,5% (IC 95%, 97,3-99,2%) para histerectomia e 96,8% (IC 95%, 95,3-97,8%) para terapia hormonal (HR = 1,84; IC 95% 1,06-3,21). Entre as pacientes com menos de 40 anos de idade, não houve diferença na sobrevivência entre histerectomia e terapia hormonal (HR = 1,00; IC 95%, 0,50-2,00). No entanto, para pacientes de 40 a 49 anos, a terapia hormonal foi associada a um risco significativamente aumentado de morte (HR = 4,94; IC 95%, 1,89-12,91). Ainda, não houve diferença estatisticamente significativa nos resultados para terapia hormonal em comparação com histerectomia em análises de subgrupos estratificadas por grau (1 ou 2) ou estágio (1A ou 1B).
Dessa forma, os resultados apresentados mostram o aumento ao longo do tempo na relevância do uso de terapia hormonal preservadora de fertilidade entre pacientes em idade reprodutiva com câncer endometrial. Ademais, entre mulheres de 40 a 49 anos, a terapia hormonal foi associada com uma menor sobrevivência.
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