Em pacientes com PCNSL ou SCNSL previamente tratados, a terapia com CAR-T resultou em OS e PFS de 37% e 30% aos 24 meses, comparando favoravelmente com os resultados até de transplante de células-tronco hematopoiéticas autólogo.
O CNSL (em inglês, Central Nervous System Lymphoma), especialmente em casos R/R (em inglês, relapsed/refractory), está associado a um prognóstico ruim. Para pacientes com DLBCL (em inglês, diffuse large B-cell lymphoma) R/R sem manifestação no CNS (em inglês, Central Nervous System), a terapia CAR-T (em inglês, chimeric antigen receptor T-cell) direcionadas para CD19 tornou-se padrão de tratamento. Relatos indicam que a terapia com CAR-T também pode ser eficaz em pacientes com DLBCL com envolvimento do CNS. Este trabalho teve como objetivo investigar o potencial da terapia com CAR-T em pacientes PCNSL (em inglês, primary central nervous system lymphoma ) ou SCNSL (em inglês, secondary central nervous system lymphoma) utilizando dados reportados ao EBMT (em inglês, European Society for Blood and Marrow Transplantation).
Pacientes com PCNSL ou SCNSL tratados com CAR-T entre janeiro de 2018 e fevereiro de 2023 foram identificados no banco de dados do EBMT. Foram recuperadas características basais como idade, sexo, histórico da doença e tratamentos, e analisados principais desfechos clínicos. A OS (em inglês, overall survival) e a PFS (em inglês, progression-free survival) a partir do dia da infusão de CAR-T foram descritas usando estimativas de Kaplan-Meier; o RI (em inglês, Relapse Index) e a NRM (em inglês, non-relapse mortality) foram calculadas. Fatores prognósticos relevantes foram incluídos na análise multivariada.
Foram analisados 89 pacientes com PCNSL (n=11) ou SCNSL (n=78), com seguimento mediano de 27 meses. A idade mediana foi de 63 anos, incluindo 12 pacientes com 75 anos ou mais; 63% eram homens e 25% tinham ECOG ≥ 2. Sessenta e um por cento haviam falhado em ≥3 linhas de tratamento, 44% foram submetidos a transplante de células-tronco antes do CAR-T. Na infusão, 61% não estavam em remissão. A OS e PFS aos 24 meses foram de 37% e 30%, respectivamente; a RI foi de 57% e a NRM foi de 5% aos 100 dias e 8% ao ano. CRS (em inglês, cytokine release syndrome) ocorreu em 83% e ICANS (em inglês, immune effector cell-associated neurotoxicity syndrome) em 43% até o dia 15, com 11% de CRS grau 3 e 17% de ICANS graus 3-4. Um paciente morreu de neurotoxicidade no dia 6 pós infusão. ECOG ≥2, intervalo >3 meses entre recaída e CAR-T, e LDH (em inglês, lactate dehydrogenase) elevado foram associados a piores desfechos.
Em pacientes com SCNSL ou PCNSL previamente tratados, a terapia com CAR-T resultou em OS e PFS de 37% e 30% aos 24 meses, comparando favoravelmente com os resultados dos tratamentos convencionais, incluindo transplante de células-tronco hematopoiéticas autólogo. Os resultados são semelhantes aos de análises de mundo real de CAR-T em pacientes com DLBCL sem infiltração no CNS. Estes dados apoiam o uso de CAR-T como uma opção terapêutica eficaz para pacientes com LBCL R/R e envolvimento do CNS.
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