Dr. Breno Gusmão, Hematologista da BP – A Beneficência Portuguesa de São Paulo e Dr. Roberto Magalhães, Professor da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e Gestor do Grupo de Hematologia e Transplante de Medula Óssea de Niterói (GHTN), comentam sobre os pontos mais relevantes do estudo DREAMM-8, apresentado no European Hematology Association Congress™ (EHA) 2024. Acesse e confira na íntegra!
O uso de terapias triplas/quádruplas no tratamento de primeira linha para mieloma múltiplo leva à necessidade de novas combinações para a primeira recaída. Dados anteriores do estudo DREAMM-7¹ demonstraram que belantamabe-mafodotina (belamaf) em combinação com bortezomibe e dexametasona (BVd) levaram a um aumento da sobrevida livre de progressão (PFS) e a uma forte tendência de aumento da sobrevida global (SG), quando comparado ao daratumumabe-Vd em pacientes que já haviam sido submetidos a uma ou mais terapias anteriores. O DREAMM-8² é um estudo de fase 3, randomizado e multicêntrico, que avaliou uma nova combinação de belamaf com pomalidomida e dexametasona (BPd), tendo como objetivo a avaliação da eficácia e segurança do BPd em relação ao tratamento padrão com pomalidomida, bortezomibe e dexametasona (PVd) em pacientes com mieloma múltiplo recidivante ou refratário, previamente tratados com pelo menos uma terapia anterior, incluindo lenalidomida. Foram inclusos 302 pacientes, os quais foram randomizados 1:1 para BPd (n=155), em um ciclo de 28 dias, ou para PVd (n=147), em um ciclo de 21 dias. O endpoint primário do estudo foi a PFS.
A PFS mediana para PVd foi alcançada com 12,7 meses (9,1 – 18,5 meses), com Hazard Ratio (HR) de 0,52. Dr. Roberto Magalhães ressalta a relevância da redução de progressão da doença/óbito em 48% dos pacientes no grupo experimental e Dr. Breno reforça a boa performance do belantamabe-mafotidina nesse grupo, considerando a dificuldade do manejo de pacientes já expostos a lenalidomida.
Para as análises de segurança, foram observados eventos adversos (EAs) em ambos os braços do estudo. No braço BPd, os eventos adversos oculares foram os mais comuns ocorrendo em 89% dos pacientes (versus 30% no PVd), sendo 43% deles grau 3 ou 4. Dr. Roberto reforça a importância do acompanhamento com oftalmologista desde o início do tratamento, para preservar a qualidade de vida dos pacientes e ressalta que, recentemente, os especialistas estão mais familiarizados com o manejo desses eventos, sendo que no estudo, a maioria deles foi reversível, seja por redução ou atraso de dose. Em geral, o perfil de segurança da combinação foi consistente com o conhecido para os agentes individuais. Os doutores finalizam a análise do estudo comentando a relevância clínica dos resultados obtidos para o BPd, reforçando a eficácia dessa combinação com perfil de toxicidade manejável. Quer saber mais sobre a contribuição do belantamabe mafodotidina para o tratamento de pacientes com mieloma múltiplo recidivado ou refratário? Acesse e confira na íntegra.
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