Neste estudo, os autores apresentam os resultados do MONARCH 3, um estudo de Fase III, randomizado, duplo-cego e controlado por placebo, que avaliou a eficácia do abemaciclib em combinação com inibidores da aromatase em mulheres pós-menopáusicas com câncer de mama metastático HR+, HER2-.
O estudo MONARCH 3 investiga a eficácia e segurança do abemaciclib em combinação com inibidores da aromatase como tratamento de primeira linha em mulheres pós-menopáusicas com câncer de mama metastático hormônio receptor positivo (HR+), HER2 negativo (HER2-). O objetivo principal é avaliar a sobrevida livre de progressão (PFS) e a taxa de resposta objetiva (ORR), comparando abemaciclib com placebo em pacientes que não receberam tratamento sistêmico prévio para doença metastática.
O estudo foi conduzido com 493 pacientes, randomizadas em uma proporção de 2:1 para receber abemaciclib (150 mg duas vezes ao dia) ou placebo, ambos em combinação com inibidores da aromatase. As pacientes elegíveis eram mulheres pós-menopáusicas com câncer de mama HR+, HER2-, sem tratamento prévio para doença metastática. Critérios de exclusão incluíram metástases cerebrais sintomáticas ou recentemente tratadas. O tratamento foi administrado até a progressão da doença ou até a ocorrência de toxicidade inaceitável.
Os dados de eficácia demonstraram uma melhora significativa na PFS para o grupo tratado com abemaciclib, com uma mediana de PFS de 28,18 meses em comparação a 14,76 meses no grupo placebo (HR 0,540; IC 95% 0,418–0,698; p < 0,001). A ORR foi de 59,2% no grupo abemaciclib, significativamente superior aos 43,8% observados no grupo placebo. Além disso, a taxa de controle da doença foi de 80,4% no grupo abemaciclib, comparada a 67,0% no grupo placebo. A PFS foi consistentemente superior em todos os subgrupos pré-especificados, incluindo aqueles com metástases viscerais e alta carga tumoral.
Em relação à sobrevida global (OS), embora a mediana ainda não tenha sido alcançada, uma tendência favorável foi observada no grupo abemaciclib. O estudo reportou uma taxa de eventos adversos graves (grau 3 ou 4) em 48,4% dos pacientes tratados com abemaciclib, sendo os mais frequentes neutropenia (21,1%), diarreia (9,5%), e fadiga (3,6%). A diarreia foi o evento adverso mais comum, ocorrendo em 81,3% dos pacientes no grupo abemaciclib, em comparação com 29,1% no grupo placebo. A neutropenia de grau 3 ou superior foi observada em 21,1% dos pacientes no grupo abemaciclib, comparado a apenas 1,2% no grupo placebo. Houve uma taxa de descontinuação do tratamento devido a eventos adversos em 7,9% das pacientes tratadas com abemaciclib.
O MONARCH 3 conclui que o abemaciclib, em combinação com inibidores da aromatase, proporciona uma melhora significativa na PFS e ORR em mulheres pós-menopáusicas com câncer de mama metastático HR+, HER2-. Os resultados indicam que o abemaciclib é uma opção terapêutica promissora, com potencial para melhorar os desfechos clínicos nesta população. Entretanto, o manejo adequado dos eventos adversos, especialmente diarreia e neutropenia, é essencial para maximizar os benefícios do tratamento. Esses achados suportam o uso do abemaciclib como terapia de primeira linha para câncer de mama metastático HR+, HER2-, oferecendo uma nova esperança para pacientes com essa condição.
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