O sacituzumabe govitecana desponta como opção promissora de segunda linha em pacientes com câncer de pulmão de pequenas células estágio avançado, após demonstrar boas taxas de resposta objetiva e ganho expressivo de sobrevida
O antígeno de superfície celular trofoblástica (Trop-2) é uma molécula altamente expressa em diversos tipos tumorais, estando frequentemente associada à piores prognósticos. Sua alta expressão nas células malignas tem sido investigada como possível alvo terapêutico, por meio do anticorpo anti-Trop-2 conjugado à droga, fármaco conhecido como sacituzumabe govitecana (SG). O estudo TROPiCS-03 é, portanto, um estudo multi-coorte de fase II que avalia a eficácia de SG em diferentes tipos de tumores sólidos¹.
Um dos tumores presentes nesse estudo são os tumores de pulmão de pequenas células em estágio extensivo (CPGC-EE), que compreendem cerca de 70-80% dos diagnósticos de tumores de pulmão de pequenas células. Embora sejam, muitas vezes sensíveis à quimioterapia, recorrências locais ou à distância são uma realidade que impacta significativamente no prognóstico desses pacientes². Adicionalmente, as opções terapêuticas são limitadas após progressão à quimioterapia e imunoterapia com anti-PD-L1. O TROPiCS-03 possui uma coorte de CPGC-EE (n=30) que progrediram após não mais que uma linha de terapia com quimioterapia e anti-PD-L1. Esses pacientes receberam 10mg/kg de SG nos dias 1 e 8 de um ciclo de 21 dias³.
Após mediana de follow-up de 12,3 meses, a taxa de resposta objetiva, endpoint primário, foi de 41,9%, tendo 41,9% de respostas parciais, 41,9% de doença estável e 9,3% de progressão da doença. A taxa de benefício clínico obtida foi de 48,8%, em uma mediana de duração de resposta de 4,73 meses e medianas de sobrevida livre de progressão e sobrevida global de 4,40 meses (95%CI: 3,81-6,11) e 13,6 meses (95%CI: 6,57-14,78), respectivamente. Esses resultados de eficácia foram similares em pacientes com sensibilidade ou resistentes à quimioterapia. Do ponto de vista de toxicidade, eventos adversos relacionados ao tratamento foram reportados em 97,7% da coorte (G3 ou superior = 60,5%) mas foram consistentes e manejáveis, sem ocasionarem descontinuação do tratamento³.
Portanto, os resultados destacam o sacituzumabe govitecana como terapia promissora no tratamento de segunda linha de CPGC-EE.
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