Câncer de Mama.
O Dr Romualdo Barroso comenta o principal destaque no cenário de mama metastático, o estudo DESTINY BREAST-12, apresentado na plenária do 1º dia.
O trastuzumabe-deruxtecano (T-DXd) tem se consolidado como um tratamento muito eficaz para os casos de câncer de mama metastático (CMM) com hiper-expressão de HER2, ou seja, nos casos de CMM HER2-positivo. O medicamento está aprovado e baseado nos dados já publicados do Destiny-Breast 03, tem sido utilizado em segunda linha, após progressão a um regime contendo taxano e trastuzumabe e pertuzumabe. ¹
Em casos de pacientes com metástases cerebrais, seu uso era baseado em análises exploratórias de estudos prospectivos ou em pequenas séries dedicadas a pacientes com metástases cerebrais que sugeriam uma taxa de resposta intracraniana clinicamente relevante, tanto nos casos de metástases cerebrais estáveis ou ativas. Porém, nenhum estudo prospectivo havia incluído um número robusto de pacientes, e por isso, o estudo DESTINY-Breast12 (DB-12) apresentado na sessão oral de tumores de mama avançado é tão importante.
Esse estudo de fase 3b/4 DB12 investigou o uso do T-DXd em pacientes com CMM HER2+ portadores de metástases cerebrais e assim representa o maior estudo prospectivo sobre o uso desta terapia nesse grupo de pacientes. Ao todo, 263 pacientes com metástases cerebrais (157 com metástases cerebrais estáveis, e 106 com metástases cerebrais ativas, isto é, não tratadas ou com progressão a terapia local prévia) foram incluídos. Além disso, uma outra coorte de pacientes (n = 241) sem metástases cerebrais também foi estudada. Todos os pacientes receberam T-DXd na dosagem de 5,4 mg/kg. Os desfechos primários incluíram a sobrevida livre de progressão (SLP) na coorte dos pacientes com metástases cerebrais e a taxa de resposta objetiva (TRO) na coorte sem metástases cerebrais. ²
Na coorte de pacientes com metástases cerebrais pré-existentes, a mediana de linhas de terapia prévia no cenário metastático foi uma, e 158 pacientes (60,1%) haviam recebido radioterapia intracraniana prévia. O tempo mediano desde a última radioterapia intracraniana até o início do tratamento foi de 164 dias. Após um seguimento mediano de 15,4 meses, 44,9% dos pacientes continuavam recebendo T-Dxd e os principais resultados foram:
Na coorte de pacientes sem metástases cerebrais pré-existentes, a mediana de linhas de terapia prévia no cenário metastático também foi uma, e após um seguimento mediano de 16,1 meses e 39,4% dos pacientes continuavam recebendo T-Dxd e os principais resultados foram:
Os dados de sobrevida global ainda são imaturos nas duas coortes. Eventos adversos de grau 3 ou superior ocorreram em 51% dos pacientes na coorte com metástases cerebrais e em 49% na coorte sem metástase cerebral. Entre os efeitos adversos mais notáveis, a doença pulmonar intersticial/pneumonite foi observada em 16% dos pacientes com MCs (grau ≥3: 3%) e em 13% dos pacientes sem MCs (grau ≥3: 1%).²
Os dados do estudo Destiny-Breast 12 reforçam a robusta atividade global e agora demonstram de maneira confiável a atividade intracraniana do T-DXd. Dessa forma, os dados aqui apresentados suportam o uso do T-Dxd para o tratamento de pacientes com câncer de mama metastático HER2-positivo após o uso de quimioterapia e duplo-bloqueio, independentemente da presença de MCs estáveis ou ativas no início do tratamento.
Referências:
Alameda Campinas, 579 – Jardim Paulista, São Paulo – SP, 01404-100
CEO: Thomas Almeida
Editor científico: Paulo Cavalcanti
Redatora: Bruna Marchetti
© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou
tratamentos.