No segundo dia do ASCO 2018, a radioterapia profilática da mama contralateral em pacientes com mutação BRCA 1 e 2 foi discutida tanto em forma de pôster quanto durante uma concorrida apresentação oral.
O estudo multicêntrico, que incluiu mulheres de Israel, foi comentado com exclusividade para o Grupo Oncologia Brasil pelo Dr. Robson Ferrigno, médico do Hospital Beneficência Portuguesa de São Paulo. Pacientes que carregam esse tipo de mutação têm uma chance maior de desenvolver um segundo tumor primário na mama contralateral e também câncer de ovário, explicou Dr. Ferrigno. Em Israel, essas mutações são mais frequentes do que em outros países.
Foram identificadas 162 pacientes que recusaram fazer a mastectomia contralateral. Cinquenta por cento dessas pacientes foram observadas e as demais receberam a estratégia que até então nunca tinha sido feita: a radioterapia profilática da mama.
Os resultados foram interessantes, na avaliação de nosso entrevistado. Nas mamas que só foram observadas, a chance de recaída local em cinco anos foi de 11,11%; nas que receberam radiação, apenas 2,4%, “o que é estatisticamente significativo”, com P de 0,016.
“Esse estudo não é uma mudança de prática diária, mas um gerador de hipótese importante que merece estudo randomizado, para que aquelas pacientes que se recusam a ter a mama removida possam ter como opção a radioterapia profilática”, concluiu Dr. Ferrigno.
Assista o vídeo com o Dr. Robson Ferrigno:
Alameda Campinas, 579 – Jardim Paulista, São Paulo – SP, 01404-100
CEO: Thomas Almeida
Editor científico: Paulo Cavalcanti
Redatora: Bruna Marchetti
© 2020 Oncologia Brasil
A Oncologia Brasil é uma empresa do Grupo MDHealth. Não provemos prescrições, consultas ou conselhos médicos, assim como não realizamos diagnósticos ou
tratamentos.