Tumores de orofaringe são os mais comuns em pessoas que tiveram um primeiro diagnóstico de câncer associado com infecção pelo HPV. Em alusão ao Julho Verde, mês de conscientização sobre câncer de Cabeça e Pescoço, especialista alerta para necessidade de serem adotadas estratégias de prevenção e diagnóstico precoce que beneficiem esse grupo de pacientes.
A infecção pelo papilomavírus humano (HPV) é uma das principais causas de câncer. Sua principal associação se dá com os tumores de colo do útero, com o vírus estando presente em 99,7% dos casos. Ela também aumenta o risco para desenvolvimento de câncer de pênis, vulva e em órgãos na região de cabeça e pescoço, incluindo todas as áreas da cavidade oral, como a língua e boca e localizações como laringe, faringe, seios paranasais, cavidade nasal e glândulas salivares.
Além desta forte ligação com a incidência de câncer, estudo apresentado em junho no Congresso Anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO 2018), mostra que pacientes que tiveram câncer associado a um HPV de alto risco (16 e 18), têm risco aumentado de desenvolver um novo tumor primário, ou seja, em outro órgão e sem conexão com a doença anterior. O trabalho mostra que, com a presença do HPV, o risco de segundo câncer é maior tanto em mulheres quanto em homens, sendo mais comuns os tumores de orofaringe, na região da garganta.
Comparado com as mulheres que não têm infecção pelos vírus HPV 16 e 18, as pacientes que trataram de tumores no colo do útero têm 20 vezes mais risco de desenvolver câncer de orofaringe, enquanto que os homens que tiveram o diagnóstico de câncer de pênis associado com o papilomavírus têm 18 vezes mais risco de desenvolver tumor de orofaringe. “Esses dados mostram a importância de se adotar estratégias específicas de vigilância entre sobreviventes de câncer relacionados ao HPV persistente e de que essa informação chegue a esse grupo de risco. O Julho Verde é um das grandes oportunidades”, destaca o cirurgião oncologista e dietor do Departamento de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do A.C.Camargo Cancer Center, Luiz Paulo Kowalski.
ATENÇÃO AOS SINAIS E SINTOMAS – A existência de qualquer dos sinais e sintomas abaixo pode sugerir a existência de câncer, cabendo ao médico avaliar a necessidade de se pedir outros exames para confirmar ou não o diagnóstico. Muitos desses sinais e sintomas podem ser causados por outros tipos de câncer ou por doenças benignas. É importante consultar o médico ou o dentista se qualquer desses sintomas persistir por mais de 2 semanas. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico e iniciado o tratamento, maiores são as chances de sucesso.
Sinais e Sintomas:
– Ferida na boca que não cicatriza (sintoma mais comum)
– Dor na boca que não passa (também muito comum, mas em fases mais tardias)
– Nódulo persistente ou espessamento na bochecha
– Área avermelhada ou esbranquiçada nas gengivas, língua, amígdala ou revestimento da boca
– Irritação na garganta ou sensação de que alguma coisa está presa ou entalada na garganta
– Dificuldade para mastigar ou engolir
– Dificuldade para mover a mandíbula ou a língua
– Dormência da língua ou outra área da boca
– Inchaço da mandíbula que faz com que a dentadura ou prótese perca o encaixe ou incomode
– Dentes que ficam frouxos ou moles na gengiva ou dor em torno dos dentes ou mandíbula
– Mudanças na voz
– Nódulos ou gânglios aumentados no pescoço
– Perda de peso
– Mau hálito persistente
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