O carcinoma escamocelular de cabeça e pescoço (CECCP) é uma doença heterogênea e complexa. O paciente muitas vezes apresenta-se desnutrido e com comorbidades limitantes ao uso do tratamento padrão. Representa um dos tumores mais frequentes no homem no Brasil, sendo que 70% dos casos são diagnosticados em fase avançada da doença.
O tratamento da doença localmente avançada é um desafio, necessitando de uma estratégia multimodal, ou seja, utilizando cirurgia, quimio ou bioterapia em combinação com radioterapia para aumentar as chances de cura. Devido a este tratamento intensificado, é necessária a presença de uma equipe multidisciplinar, a fim de dar suporte durante o tratamento, amenizando efeitos colaterais e favorecendo a reabilitação do paciente.
No caso da doença localmente avançada irressecável ou onde se deseja preservar o órgão, a indicação formal é a quimioterapia com cisplatina em alta dose (100mg/m2 nos dias 1, 22 e 43) concomitante à radioterapia.
É fundamental entender o perfil de toxicidade a cisplatina e quais são os pacientes elegíveis ao seu uso. Um artigo recentemente publicado avaliou os critérios de inelegibilidade para o uso de cisplatina, destacando-se: idade acima de 70 anos, performance status maior que 2, disfunção renal (clearance menor que 60), disfunção cardíaca, perda auditiva sintomática, neuropatia periférica, perda ponderal (acima de 20% peso basal) e disfunção hepática ( Child B, C).
“No contexto da doença localmente avançada para pacientes inelegíveis ao uso de cisplatina em alta dose, as alternativas em combinação com a radioterapia são o uso de cetuximabe ou carboplatina associada a fluorouracil infusional. A individualização do tratamento é fundamental”, afirma a Dra. Aline Lauda Freitas Chaves, presidente do Grupo Brasileiro de Cabeça e Pescoço (GBCP).
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