O oncologista do Institut Jules Bordet (Bélgica), Dr. Evandro Azambuja, comentou a análise final do estudo PHARE, apresentada no San Antonio Breast Cancer Symposium 2018, que ocorreu entre 04 e 08 de dezembro, em San Antonio (EUA).
Esse estudo avaliou a duração de tratamento com trastuzumabe (T) adjuvante, para pacientes com câncer de mama HER2+, com braços de 6 meses vs. 1 ano, objetivando mostrar a não inferioridade do tratamento de menor duração. O estudo foi negativo para não inferioridade, evidenciando maior benefício de 1 ano de T para a população geral e para praticamente todos os subgrupos avaliados.
O oncologista lembrou também o estudo PERSEPHONE, que avaliou 6 meses vs. 1 ano de T e que, ao contrário, mostrou-se positivo para não inferioridade da estratégia de menor duração, apesar de ter havido maior ganho com um 1 ano para aqueles subgrupos de pacientes de maior risco de recorrência.
Em seu comentário final, o Dr. Evandro pontuou que, tendo dois estudos com resultados contraditórios e havendo grande preocupação com o fato de a doença HER2+ ser de alto risco, ainda é difícil empregar os dados de eficácia com 6 meses na prática clínica. Para o especialista, é possível tranquilizar as pacientes que, por toxicidade, precisem parar o tratamento com T após 6 meses, a partir desses dados, mas ainda não é possível considerar essa duração na indicação inicial da adjuvância, independente do risco de recorrência, visto que pacientes de menor risco teriam já redução da intensidade de quimioterapia e as de alto risco teriam já sabido benefício com intensificação da terapia anti-HER2.
O Dr. Evandro ressaltou que, por essas razões, ainda é preciso considerar 1 ano de tratamento adjuvante com trastuzumabe o padrão a ser seguido.
A Oncologia Brasil está realizando a cobertura do SABCS 2018, diretamente de San Antonio (EUA).
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