O adenocarcinoma de pâncreas metastático (ACPm) permanece sendo um câncer com altas taxas de mortalidade e poucas e fugazes respostas às terapias citotóxicas. Por esse motivo, novas opções de tratamento são ainda muito necessárias para os pacientes com essa doença.
Como a imunoterapia já demonstrou atividade considerável e respostas duradouras em diversos tipos de câncer, um novo estudo de fase II, publicado no JAMA Oncology, buscou avaliar a eficácia e a segurança do anti-PD-L1 durvalumabe (DVB), em monoterapia ou em combinação ao anti-CTLA4 tremelimumabe (TRB), para ACPm.
Os 65 pacientes analisados haviam sido previamente tratados, em primeira linha, com quimioterapia baseada em fluorouracil ou gencitabina e foram randomizados para receberem somente DVB ou a combinação de DVB e TRB por 4 ciclos, seguida de DVB em monoterapia. Ambos os esquemas eram mantidos por até 12 meses ou até progressão ou toxicidade limitante. O estudo aberto contava com duas partes, sendo que a expansão para a parte B dependia de uma taxa de resposta objetiva (TRO) maior do que 10%, para qualquer um dos braços, na parte A.
O estudo foi negativo para seu desfecho primário, com TRO de 3,1% para o braço da DVB/TRB e de 0% para o braço de DVB monoterapia. Os eventos adversos grau ≥ 3 foram mais frequentes no grupo que recebeu a combinação (22% vs. 6%), sendo fadiga, diarreia e prurido as principais toxicidades em ambos os esquemas.
Dado o pequeno número de pacientes, não foi possível estabelecer associações significativas entre as respostas observadas e fatores preditivos conhecidos, como a expressão de PD-L1 ou o status de estabilidade de microssatélites do tumor. Os resultados reafirmam o ACPm como uma neoplasia recalcitrante e reforçam a necessidade premente de novos estudos que possam não só estabelecer novas estratégias de tratamento para essa doença, mas também uma melhor seleção de pacientes para as terapêuticas já existentes.
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